A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) promoveu, em parceria com a Hackaton Brasil, um final de semana de competição de programadores. Assim, cento e quarenta pessoas, entre profissionais e estudantes, analisaram o funcionamento e a programação de aparelhos do tipo TV Box, não certificados.
Divididos em cinco equipes, portanto, os participantes tiveram o sábado e o domingo para buscar soluções de bloqueio de servidores. Cada equipe teve acesso a dois aparelhos. Consequentemente, os prêmios foram de R$ 7 mil para a equipe vencedora, R$ 3 mil para os segundos colocados e R$ 2 mil para os terceiros.
Vinicius Caram, superintendente de Outorga e Recursos à Prestação e responsável pela homologação dos TV Box legais, explicou que o evento visa combater a pirataria. Além disso, o foco é o acesso indevido por TV Box irregulares. ‘Esse Hackaton pode melhorar a certificação e fiscalização’, destacou Caram. ‘Além disso, buscamos entender a vulnerabilidade desses dispositivos, que podem roubar dados sensíveis, como dados bancários.’ Ele afirmou que os aparelhos podem servir como pontos de ataques DDOS ou distribuir vírus, prejudicando instituições, como escolas e hospitais.
Os competidores, por sua vez, desenvolveram protocolos para identificar os mecanismos que os TV Boxes usam para mascarar o IP como repositório de conteúdo. Essas TVs, dispositivos IP, usam protocolo de Internet e têm sistema operacional que permite acessar aplicativos de programação multimídia, navegadores e redes sociais.
Ademais, a Anatel permite o uso desses equipamentos, desde que sigam os parâmetros técnicos definidos e que o conteúdo esteja autorizado, respeitando as leis de direitos autorais. Portanto, os produtos legalizados trazem a marca da Anatel e o número do Certificado de Homologação correspondente.
Além disso, a Anatel disponibiliza uma lista de TV boxes homologadas, que atendem os requisitos de qualidade, segurança e garantia exigidos pela legislação. Em 2023, a Anatel derrubou 3,9 mil servidores de TV boxes ilegais durante transmissões de campeonatos esportivos nacionais.
O uso de aparelhos ilegais, consequentemente, tem dinâmica semelhante à pirataria em outros setores, como vestuário, jogos eletrônicos e perfumaria, o que resulta em desemprego, prejuízo ao setor e evasão fiscal.
As soluções apresentadas pelas equipes usaram ferramentas como inteligência artificial, machine learning e redirecionamento de IP, resultando em resultados considerados satisfatórios pelos organizadores. ‘Vamos incorporar melhorias nos processos de certificação e fiscalização. Além disso, queremos ver com prestadoras como podem também avançar em novas boas práticas’, disse Caram, ainda assim, a ponto de já pretenderem fazer outros eventos para promover essa dinâmica de aprendizado, embora ainda sem datas definidas.
Foto: Divulgação/Anatel
Fonte: Agência Brasil