Atendendo a reivindicação de indígenas de diferentes etnias, a prefeitura irá fundar o Memorial Necrópole de Manaus na praça Dom Pedro II, dedicado aos povos ancestrais sepultados no local.
– Em 2002, na obra de reforma da praça Dom Pedro II, foram encontradas mais de 300 urnas funerárias pertencentes a antigos povos indígenas que habitaram a região da cidade.
Um grupo de trabalho montado pela Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult), Conselho Municipal de Cultura (Concultura) e representantes indígenas, foi criado na quarta-feira, (24), com a missão de elaborar o projeto de fundação do Memorial.
Doutor em Antropologia Social pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam), João Paulo Barreto Tukano se emocionou com o projeto. Um dos representantes do movimento indígena e da academia, o Doutor acompanha os trabalhos e destacou a importância de respeitar um local considerado sagrado e que guarda a memória dos povos originais.
– O grupo de trabalho conta com membros do Conselho, Manauscult, Centro de Arqueologia de Manaus (CAM) e da associação indígena Yepemahafa dos Povos Indígenas do Alto Rio Negro.
Entendendo o Projeto Necrópole
O Memorial Necrópole de Manaus consistirá em uma placa e monumento marcando e informando o local do cemitério indígena para a visitação pública e realização de cerimônias religiosas das muitas etnias que habitam o Amazonas.
– Necrópole é o conjunto de sepultamentos, também denominado cemitério de grandes civilizações do passado.
Os vestígios do cemitério datam de mais de 3 mil anos. Desde o século XIX, pesquisas arqueológicas apontavam para a existência de urnas funerárias ancestrais na cidade.
No centro de Manaus também foram encontrados vestígios arqueológicos na igreja da Matriz, na avenida Eduardo Ribeiro e na praça Adalberto Valle, mas essas áreas não foram cadastradas como sítios arqueológicos.