Manaus tem 17 bairros em alta vulnerabilidade para doenças transmitidas pelo Aedes aegypti

A Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), divulgou, nesta terça-feira, 3/5, o resultado do 1º Diagnóstico de Infestação do Aedes aegypti de 2022 realizado no mês de abril. O resultado aponta que Manaus apresenta um Índice de Infestação Predial de 2,2%, permanecendo em médio risco para as doenças transmitidas pelo Aedes (médio risco compreende valores entre 1,0 e 3,9). No diagnóstico de infestação realizado no mês de novembro de 2021, Manaus apresentava um índice de 2,5%.

Em relação ao índice por bairros, o diagnóstico indica que 17 bairros apresentam alta vulnerabilidade para dengue, zika e chikungunya: Petrópolis, Japiim e Betânia (zona Sul); Alvorada, Compensa, Redenção, Dom Pedro, Lírio do Vale, Nova Esperança, Planalto e São Jorge (zona Oeste); Cidade Nova e Novo Aleixo (zona Norte); e Jorge Teixeira, São José, Coroado e Armando Mendes (zona Leste).

Segundo o secretário municipal de Saúde, Djalma Coelho, o diagnóstico é um instrumento utilizado para a identificar o risco em cada bairro de Manaus, permitindo a tomada de decisão para a execução de ações mais eficazes no controle do Aedes aegypti e na prevenção de doenças.

“A Semsa executa ações de controle do Aedes aegypti durante todo o ano, mas o resultado do Diagnóstico de Infestação, realizado duas vezes ao ano, permite priorizar as áreas de maior risco e intensificar as ações e é isso o que será feito agora, com a construção de um planejamento para esses bairros de maior vulnerabilidade”, informa o secretário, ressaltando que as ações incluem visitas casa a casa, mobilização social para o maior envolvimento dos moradores e de lideranças locais comunitárias, e parcerias com outras instituições, além do trabalho feito pelas unidades de saúde de forma pontual em seu território, de acordo com o risco identificado.

O diagnóstico de infestação do Aedes também indica os tipos de depósitos encontrados nos imóveis que mais contribuem para a proliferação do mosquito por permitirem o acúmulo de água.

Depósitos

O novo resultado apontou que os recipientes tipo D2, como lixo recipientes, garrafas, latas e ferro velho, representaram de 37,5% do total; seguido dos depósitos tipo A2 de armazenamento de água para consumo em nível de solo, como tambores, tonéis ou camburões, barris e tinas, representando 25,9%; e dos depósitos tipo B, conhecidos como depósitos móveis, que são os vasos, frascos com água, pratos e bebedouros, representando 23,1% dos depósitos predominantes.

A diretora do Departamento de Vigilância Ambiental e Epidemiológica (Devae/Semsa), enfermeira Marinélia Ferreira, ressalta que a informação sobre os tipos de depósitos que contribuem predominantemente para a proliferação do Aedes aegypti é estratégica para a elaboração de ações de prevenção.

“Por essas informações, é possível perceber a necessidade de maior parceria com outras secretarias e instituições para o reforço na destinação adequada de lixo, assim como parcerias com associações comunitárias, escolas e entidades sociais para sensibilizar a população sobre a importância da eliminação de criadouros, já que a maioria é encontrada nas residências”, destaca Marinélia.

Menor risco

Além dos 17 bairros de alta vulnerabilidade, Manaus tem 29 classificados como de média vulnerabilidade: Parque 10, Flores, Vila Buriti, Nossa Senhora de Aparecida, Centro, Praça 14, Chapada, Cachoeirinha, Presidente Vargas, Educandos, Colônia Oliveira Machado, Raiz, Aleixo e São Lázaro (zona Sul); Tarumã Açu, Santo Agostinho, Bairro da Paz, Vila da Prata, Santo Antônio e São Raimundo (zona Oeste); Cidade de Deus, Colônia Terra Nova e Monte das Oliveiras (zona Norte); Tancredo Neves, Colônia Antônio Aleixo, Zumbi, Mauazinho, Puraquequara e Gilberto Mestrinho (zona Leste).

Classificados como de baixa vulnerabilidade, estão os seguintes bairros: Distrito Industrial 1, Morro da Liberdade, Adrianópolis, Nossa Senhora das Graças, São Francisco, Crespo, Santa Luzia e São Geraldo (zona Sul); Glória, Tarumã e Ponta Negra (zona Oeste); Colônia Santo Antônio, Novo Israel, Nova Cidade, Santa Etelvina e Lago Azul (zona Norte); e Distrito Industrial 2 (zona Leste).

Para a realização do diagnóstico da infestação do Aedes Aegypti, a Semsa, por meio de agentes de controle de endemias e agentes comunitários de saúde, realizou a vistoria de 26.502 imóveis selecionados por amostragem nos 63 bairros de Manaus, com visita domiciliar para identificar e coletar as formas imaturas (larvas) do mosquito, e eliminar e tratar os potenciais criadouros do mosquito.

Casos

Entre janeiro e março deste ano, o município de Manaus registrou 607 casos notificados de dengue, 27 casos de zika e 33 de chikungunya. No mesmo período do ano passado, o número de notificações chegou a 1.853 casos de dengue, 33 casos de zika e 29 de chikungunya.