Nos dois primeiros dias de vacinação contra a Covid-19 em Manaus, foram vacinados 1.140 profissionais de saúde, que atuam nas unidades que prestam atendimento a casos suspeitos e confirmados da doença. As primeiras doses começaram a ser aplicadas na tarde desta terça-feira, 19/1, após adequação do plano municipal de imunização à quantidade de doses recebidas pela Prefeitura de Manaus. Nas unidades da rede estadual, a vacinação começou nesta quarta-feira, 20, depois de também serem concluídas as alterações no planejamento por parte do governo estadual.
No total, 39 unidades de saúde estão contempladas na etapa inicial da fase 1 da campanha. São oito hospitais e prontos-socorros, oito Serviços de Pronto Atendimento (SPAs), duas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e 20 Unidades Básicas de Saúde (UBSs), preferenciais para Covid-19. As equipes de vacinadores ficarão, em média, por três dias nas unidades e a expectativa da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) é que até o início da próxima semana esta primeira etapa esteja concluída.
Para as unidades estaduais já foram distribuídas, até agora, 6.984 doses e para as unidades municipais, 3.287. Com as 40.072 doses disponíveis, devem ser imunizados 19.250 profissionais de saúde. O esquema vacinal da CoronaVac são duas doses, com intervalo entre duas e quatro semanas entre a primeira e a segunda dose.
Os profissionais de saúde estão no grupo prioritário da primeira fase da campanha de vacinação, conforme definido pelo Ministério da Saúde. O outro grupo a ser vacinado nesta fase são os povos indígenas aldeados. A meta, em Manaus, é vacinar 100% dos 386 indígenas aldeados na área rural do município. As vacinas já estão separadas, aguardando a busca pelo Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) Manaus, responsável por vacinar essa população.
Os demais grupos da população-alvo serão vacinados na ordem de prioridade e de acordo com fases pré-definidas e que incluem pessoas acima de 60 anos internadas em instituições de longa permanência, pessoas com deficiências que moram em instituições de assistência (ainda Fase 1); pessoas que têm entre 60 e 74 anos, grupos de risco a partir de 60 anos (fase 2); pessoas de qualquer faixa etária com comorbidades (fase 3); professores, força de segurança e salvamento, funcionários do sistema prisional e pessoas privadas de liberdade (fase 4).
Transparência
A titular da Semsa, Shádia Fraxe, assegura que a Prefeitura de Manaus está seguindo expressamente as orientações do Ministério da Saúde quanto aos grupos prioritários, para a imunização contra a Covid-19 e aplicando as regras de segurança dos lotes recebidos e de registro das doses aplicadas. “As doses só saem do estoque da Divisão de Imunizações com escolta policial e a informação de cada vacinado é registrada em sistema e transmitida ao Ministério da Saúde em até 72 horas”, informa.
A secretária destaca que o registro de quem recebe a vacina é feito por nome e número de CPF ou do Cartão Nacional de Saúde (CNS), com a indicação da respectiva dose administrada (laboratório e lote). “É um procedimento diferente das demais vacinas, adotado de forma inédita, para garantir o respeito aos grupos prioritários e o acompanhamento de quem foi vacinado, além de evitar a duplicidade da vacinação”, observa.
Shádia Fraxe também ressalta que, de forma complementar, vai atender as recomendações feitas por órgãos de controle quanto ao escalonamento de prioridades dentro dos grupos prioritários e que já solicitou às unidades de saúde contempladas nesta fase da vacinação, que informem nominalmente os trabalhadores que serão vacinados, além de determinar que, no município, sejam vacinados todos os profissionais de saúde das unidades de atendimento exclusivo à Covid, à exceção dos que realizam atividades administrativas, sem contato com os pacientes.
“O Ministério Público está acompanhando a vacinação e, independentemente disso, fazemos questão de que tudo seja feito da forma mais transparente, com o atendimento justo de todos os que se incluem nos grupos contemplados em cada fase da campanha, conforme orientação do prefeito David Almeida”, ressalta.
Quanto a quantidade de doses recebidas pelo município e a verificação, na última terça-feira, 20, de números divergentes entre a tabela geral de distribuição de doses do governo estadual e a Nota Fiscal apresentada, a secretária informa que a Prefeitura de Manaus já solicitou maiores informações e aguarda a possibilidade de um possível ajuste que contemple Manaus. “Além disso, continuamos aguardando as 50 mil doses prometidas pelo governo de São Paulo, que ainda não chegaram”, completa Shádia.
Texto – Andréa Arruda / Semsa