Em junho de 2024, mais de 77 mil mulheres aguardavam por uma mamografia pelo SUS no Brasil, segundo o Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR). Com filas extensas, o tempo de espera pode chegar a 80 dias. Isso ressalta a necessidade urgente de intervenções que garantam acesso rápido e justo ao exame essencial para a detecção precoce do câncer de mama. Entre os estados, Santa Catarina lidera a lista, somando 17 mil mulheres na fila.
Desafios de acesso à mamografia no SUS
A fila para a realização de mamografia pelo SUS revela uma sobrecarga expressiva nos serviços de saúde pública. Em muitos estados, o tempo de espera ultrapassa a média recomendada, o que dificulta o diagnóstico precoce e o tratamento eficaz de alterações mamárias. Segundo o CBR, garantir acesso ágil ao exame é fundamental para aumentar as chances de recuperação e diminuir a necessidade de intervenções mais invasivas e caras.
Tabela mostra espera por mamografia nos estados do Brasi – SISREG/Ministério da Saúde
Subnotificação e disparidades regionais
A real dimensão da fila de espera por mamografia pode ser maior do que os números indicam. O Colégio Brasileiro de Radiologia aponta que o Sistema de Regulação (SISREG), responsável pela gestão das filas do SUS, depende de informações fornecidas pelos estados e municípios, o que pode resultar em subnotificação. Um exemplo ocorre no Distrito Federal, onde dados do Ministério Público do Distrito Federal mostram uma discrepância significativa, revelando cerca de 3,6 mil mulheres à espera do exame — muito mais que os 306 casos registrados oficialmente.
O impacto na saúde pública e a importância de políticas eficazes
Relatórios do Instituto Nacional de Câncer (INCA) mostram que os períodos extensos entre o pedido do exame e a liberação dos resultados afetam a adesão das mulheres ao rastreamento do câncer de mama. Em 2023, quase 37% dos laudos de mamografia foram emitidos com mais de 60 dias de atraso, comprometendo a eficácia do diagnóstico e tratamento. Diante desse cenário, especialistas apontam a necessidade de ações urgentes para reduzir o tempo de espera e garantir que o atendimento seja equitativo e acessível.
Foto: José Cruz/Agência Brasil