O presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), Josué Neto (PRTB), detalhou à Secretaria de Saúde do Amazonas, Simone Papaiz, quais as medidas que deveriam ter sido tomadas e ainda podem ser adotadas pelo Governo Wilson Lima, para salvar vidas na luta contra o coronavírus. A abordagem aconteceu, nesta quarta-feira, (22), quando a titular da Susam participou da Sessão Virtual do Poder Legislativo.
Para o presidente Josué Neto, a solução seria aplicação correta de recursos, já que nos últimos dois meses foram utilizados pelo Governo do Estado, um total de R$ 736 milhões, no pagamento de dívidas antigas.
“Nós sabemos que é impossível o poder público solucionar determinados tipos de problemas sem ter os recursos e nós temos as maiores demandas possíveis. São demandas de ordem de recursos humanos, não temos médicos a contento, não temos enfermeiros dentro daquilo que é necessário. Temos informações de que não há EPI’s, informações de que não temos leitos de UTI’s necessários no Estado do Amazonas e, principalmente, não temos medicamentos. Então, quando falamos desses cinco itens, a gente fala de recursos. Não é possível resolver os problemas existentes se nós não tivermos recursos”, destacou Josué.
O parlamentar afirmou que esse valor poderia ter sido usado para salvar vidas.
“Digo, não em sua totalidade, mas, 20% dele. 200 milhões não poderiam ter sido utilizados para salvar essas vidas que já se foram? E salvar as vidas que serão ceifadas hoje, amanhã, semana que vem e nos próximos meses? Então, nosso problema hoje não é apenas de gestão, é um problema financeiro. Nós não temos orçamento, não temos financeiro para resolver todos os problemas”.
Em números
Josué Neto garante que o número de leitos disponível na rede pública estadual comportaria uma grande quantidade de pacientes, caso todos estivessem em pleno funcionamento.
“Temos a capacidade na Nilton Lins de 400 leitos. Pelo o que sei, não há 30 leitos na Nilton Lins. No hospital Delphina Aziz, a capacidade são de 350 leitos e tem apenas 50 funcionando, ou seja, 1/7 do total. A Beneficente Portuguesa tem 44 leitos e nenhum está sendo utilizado pelo Governo do Estado. E o Hospital Getúlio Vargas tem 31 leitos, também nenhum ainda sendo utilizado pelo Governo do Estado. Isso totaliza na rede pública, da qual se tem ouvido falar, 825 leitos. Se tivéssemos recursos para colocar esses leitos funcionando, com certeza não teríamos a quantidade de mortes todos os dias na cidade de Manaus”.