Jornada 6×1: Proposta de mudança divide sindicatos e empresários

A jornada de trabalho 6×1, que estipula seis dias de trabalho seguidos por um dia de descanso, está no centro de um debate acalorado no Brasil. Proposta pelo Movimento Vida Além do Trabalho, a ideia de extinguir essa prática dividiu fortemente as entidades trabalhistas e as patronais. Para as primeiras, a mudança representa um avanço na qualidade de vida dos trabalhadores, enquanto para as segundas, a medida pode acarretar redução de postos de trabalho, especialmente entre as pequenas e médias empresas.

Entidades favoráveis à mudança

Organizações como a Central Única dos Trabalhadores (CUT) defendem a extinção da jornada 6×1 como uma forma de melhorar as condições de vida dos trabalhadores. A CUT acredita que, além de proporcionar mais tempo para lazer e desenvolvimento pessoal, a mudança ajudaria a reduzir problemas de saúde mental, como o estresse, e aumentaria a qualidade de vida. Para a Federação dos Sindicatos de Metalúrgicos da CUT-SP, acordos que já foram firmados com redução da jornada não afetaram a produtividade das empresas. De acordo com eles, a mudança traz benefícios tanto para trabalhadores quanto para a indústria.

Visão contrária: impacto econômico e riscos

Por outro lado, entidades como a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de São Paulo (Fecomércio-SP) argumentam que a proposta poderia prejudicar a economia, especialmente nas pequenas e médias empresas. Segundo a Fecomércio, essas empresas, que são responsáveis por grande parte dos empregos no país, não têm condições de arcar com uma jornada de trabalho reduzida sem reduzir salários. Já a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) acredita que as negociações coletivas entre empregadores e empregados são o melhor caminho para estabelecer jornadas que atendam às necessidades de ambos os lados.

O impacto nas pequenas empresas

A Associação Comercial de São Paulo também se posicionou contra a proposta, alegando que a adoção de uma jornada 6×1 mais curta aumentaria os custos para as empresas. O temor é de que as empresas repassem esse custo ao consumidor final, o que resultaria em preços mais altos, prejudicando o poder de compra dos próprios trabalhadores.

O debate sobre a jornada 6×1 continua a polarizar a sociedade brasileira, refletindo o difícil equilíbrio entre os direitos dos trabalhadores e as necessidades das empresas. Para muitas entidades, a questão não é apenas econômica, mas também uma questão de saúde e bem-estar social. Enquanto isso, a proposta de emenda à Constituição aguarda mais discussões e decisões no Congresso.

Foto: Letycia Bond/Agência Brasil

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