Investimento do Governo Federal na educação indígena é discutido na Aleam

Fortalecer a educação indígena e trabalhar a inclusão nas políticas públicas. Essas foram as principais pautas discutidas na manhã desta quarta-feira (17), na sala da Presidência da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam). Estiveram reunidos a 2º Vice-Presidente da Casa, deputada Dra. Mayara Pinheiro (PP), o diretor do Departamento de Relações Político-Sociais da Secretaria de Governo da Presidência da República (Segov), Coronel Marco Coutinho, a assessora da Segov, Carmem Bueno, e o diretor do Instituto de Filosofia, Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), professor Nonato Pereira.

Para a deputada, o grande objetivo aqui é trabalhar a distribuição dos recursos federais para a educação dos índios amazonenses, que são , segundo o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 183 mil. “Nós representamos vinte por cento da população indígena do País e muitos moram em comunidades distantes e de difícil acesso. Precisamos fazer com a educação chegue a estes locais, fortalecendo a identidade dos povos”, afirmou Dra. Mayara.

Durante a reunião, Nonato Pereira falou sobre o trabalho desenvolvido nos municípios de São Gabriel da Cachoeira e Santa Isabel do Rio Negro.  Nestas cidades, 342 indígenas estudam com material próprio, produzido pela Ufam e de acordo com idioma falado e escrito por cada povo. “Além da formação de profissionais principalmente na educação e de ampliar os recursos humanos nas escolas, tem o resgate da autoestima porque o indígena conhece mais sobre o universo onde vive, por meio da linguagem”, explicou o professor.

A iniciativa quer este ano incluir também índios da etnia Hipda, da família linguística Maku, que tem vulnerabilidade social.  O custo total do projeto apresentando ao Governo Federal é de R$ 2,8 milhões e os maiores gastos são com gasolina e alimentação dos alunos.

O Coronel Marco Coutinho ouviu atentamente e disse que a política pública indígena é uma prioridade do atual governo. “Nesse primeiro momento estamos conhecendo as demandas específicas da região para depois trabalhar ações direcionadas à educação e verificar o remanejamento de recursos para a área. No próximo mês, vamos programar uma a São Gabriel da Cachoeira para entender um pouco mais dessa realidade”, explicou Coutinho.

Aqui no Amazonas, são pelo menos 120 tipos de linguagem indígena. Por isso, A construção de materiais bilíngues também chamou a atenção. “Esse cuidado com a língua indígena foi discutido agora na reunião. Eu quero enaltecer  o trabalho da Ufam nessas comunidades , fortalecendo a linguística, com livros próprios , dicionários. Isso tem que ser de conhecimento de todos. Vou apresentar , durante meu mandato, algumas proposituras nesse sentido”, ressaltou.