Hamilton não sabe se continuará na F-1 no ano que vem: “Há muitas coisas que me empolgam sobre a vida

Piloto da Mercedes desde 2013, o inglês admite dúvida sobre permanência na categoria pela primeira vez; contrato com a escuderia ainda está em negociação

Após vitória em Ímola, neste domingo, Lewis Hamilton disse, em coletiva para a imprensa, que não sabe se continuará na Fórmula 1. É a primeira vez que o hexacampeão mundial coloca em dúvida sua permanência na categoria.

— Eu gostaria de estar aqui ano que vem, mas não tenho certeza. Há muitas coisas que me empolgam sobre a vida que terei depois de aposentar. Há muitas coisas na minha mente no momento — disse o inglês, que neste domingo ajudou a Mercedes a garantir o sétimo título seguido do Mundial de Construtores.

Hamilton se tornou recentemente o recordista de vitórias na F-1 e está perto do sétimo título mundial, o que o colocaria em pé de igualdade com Michael Schumacher. Ele pode ganhar o sétimo título na próxima corrida, dia 15, na Turquia, com três GPs de antecipação. Basta vencer, independentemente do resultado do segundo colocado, seu companheiro de equipe Valtteri Bottas.

Mas ele ainda não tem contrato fechado para 2021. O entrave é sobre o tempo do novo vínculo. A Mercedes quer contrato com longo período de duração e Hamilton, não.

Perguntado sobre o futuro de outra estrela da Mercedes que não está confirmada para o ano que vem, o chefe Toto Wolff, Hamilton disse:

— Nem eu sei se estarei aqui o ano que vem. Eu me sinto ótimo e ainda muito forte…mas você falou de Toto e vida útil e há muitas coisas que estão na minha mente.

Wolff, reconheceu que essa é uma possibilidade, mas disse a repórteres separadamente que espera que o inglês permaneça com a equipe.

Neste domingo, o inglês venceu em Ímola, em sua estreia no circuito italiano. Com uma estratégia eficiente de pit stops, ele chegou a perder a segunda posição para Max Verstappen na largada, mas superou tanto o belga quanto Bottas após adiar sua parada e ganhar vantagem com a pista livre. Pouco depois das paradas de Verstappen e Bottas, o hexacampeão pediu, via rádio, para não parar naquele momento.

O inglês começou a fazer as voltas mais rápidas do GP. A vantagem projetada pela Mercedes para que Hamilton retornasse à pista na liderança estava apertada, mas um safety car virtual, que entrou em cena após um problema no carro de Esteban Ocon, contribuiu para que o inglês ganhasse tempo.

Após uma eficiente parada, o inglês voltou com 4 segundos à frente de Bottas, que depois chegou a perder a vice-liderança para Verstappen.

Mas a animação da RBR não durou muito: um dos pneus traseiros do belga estourou subitamente, fazendo com que o carro parasse na brita e abandonasse a prova, abrindo caminho para uma nova dobradinha da Mercedes.

Os três primeiros colocados e a equipe vencedora do GP da Emilia Romagna levaram para casa um troféu especial. Com o formato do traçado italiano, ele tem um diamante incrustado na curva Tamburello e a mensagem “dedicado a Ayrton”.

O diamante de 0.14 quilates simboliza o piloto, morto em acidente durante a prova de 1994 justamente neste trecho da pista.

A curva Tamburello era de alta velocidade na época do acidente de Senna, mas se tornou uma chicane, por questões de segurança, logo depois do acidente fatal do brasileiro.

A Fórmula 1 retornou à Imola neste final de semana depois de 14 anos, como um dos circuitos que substituem provas canceladas devido ao novo coronavírus.

Fonte: O Globo