Governos do Amazonas e Federal e 18 prefeituras firmam compromisso para ampliar combate à malária

Wilson Lima destaca trabalho integrado para reduzir casos da doença, que em 2019 caíram 42,36%

O governador do Amazonas, Wilson Lima, assinou, na manhã desta quarta-feira (24/04), um Termo de Compromisso de Gestão para ampliar as ações de combate e controle à malária. O pacto foi firmado entre Governo do Estado, Governo Federal e os prefeitos dos 18 municípios do interior que apresentam o maior número de casos da endemia. Durante a cerimônia, realizada na Sede do Governo, zona oeste de Manaus, Wilson Lima falou sobre a importância de desenvolver ações integradas para que o número de casos da doença continue em queda no Amazonas.

 

“Já tivemos avanços significativos no que diz respeito ao tratamento e a novas descobertas. E a gente precisa continuar intensificando esse trabalho, sobretudo, na questão da saúde básica. Por isso que é importante a participação dos municípios nesse processo. Se a gente não trabalhar de forma coordenada, em conjunto e, principalmente, no trabalho de informação das pessoas e das comunidades, através dos Agentes Comunitários de Saúde, dos Agentes de Endemias, dificilmente vamos conseguir atingir esse resultado”, afirmou Wilson Lima, ao enfatizar que o Governo do Estado irá trabalhar de forma conjunta, para erradicar a malária do Amazonas.

 

Com a assinatura do termo, o Governo Federal e os municípios envolvidos assumem, oficialmente, o compromisso de atuar junto ao Governo do Estado no enfrentamento à malária, no triênio 2019-2021.

 

O governador reafirmou a preocupação com o interior do Estado e a necessidade de reduzir as diferenças entre os municípios e a capital. “Estou trabalhando para que a atenção também esteja voltada para o interior, que sempre esteve em segundo plano. Estou fazendo questão de chamar todos os prefeitos e vereadores dos municípios, para que a gente comece a abrir esse canal de diálogo”, frisou.

 

Na próxima sexta-feira (26/04), Wilson Lima adiantou que vai entregar para 25 municípios, 37 pick-ups para o atendimento na saúde e na atenção básicas.  “Isso tem um reflexo no combate à malária. Se a gente não tiver junto, fica muito mais difícil de resolver esse problema. Aqui vocês têm um parceiro para combater a malária no Estado do Amazonas”.

 

Benefícios – Entre os principais pontos do Termo de Compromisso, estão a integração dos  Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e Agentes de Combate a Endemias (ACE) nas ações da malária, tratamento e monitoramento de caso, fortalecimento das ações de controle à malária, garantia de que 70% dos casos positivos de malária sejam diagnosticados e tratados dentro de 48h, fornecimento de insumos de laboratórios para atender os postos municipais da rede de diagnóstico, de equipamentos de controle vetorial e suporte técnico nas ações de controle da malária.

 

De acordo com a diretora presidente da Fundação em Vigilância em Saúde (FVS), Rosemary Costa Pinto, serão distribuídos 10.000 kits (porta lâminas), para fortalecer as ações de diagnóstico e tratamento na Atenção Básica. A iniciativa visa o diagnóstico precoce da doença.

 

“A malária é uma doença que depende muito das condições ambientais e também depende de um diagnóstico precoce, tratamento imediato e medidas eficazes de controle do vetor. Por isso nós convocamos todos os 18 municípios que concentram 80% dos casos no Estado para esse pacto de gestão. A malária é problema de todos nós”, ressaltou.

 

Os municípios prioritários são Barcelos, São Gabriel da Cachoeira, Manaus, Santa Isabel do Rio Negro, Coari, Lábrea, Tefé, Presidente Figueiredo, Humaitá, Carauari, Guajará, Ipixuna, Tapauá, Atalaia do Norte, Rio Preto da Eva, Alvarães, Itacoatiara e Tabatinga.

 

Controle da doença – Durante os anos de 2015 e 2016, o Amazonas registrou o menor número de casos das doenças dos últimos vinte anos. Em 2017, ocorreu um retrocesso no quadro epidemiológico do Estado, com o aumento do número de casos em aproximadamente 65%, fechando o ano com 82.600 casos.

 

No primeiro trimestre de 2019, o número reduziu 42,36%, em comparação (11.358 casos) ao mesmo período no ano passado, que registrou 19.704 casos entre janeiro e março.

 

“Temos como meta a redução de 90% dos casos de malária até 2030. Se continuarmos com esses esforços, é possível que o Brasil esteja livre de malária até 2040. A malária só vai ser eliminada se todos nós estivermos envolvidos e houver um comprometimento não só técnico, mas político. Eliminando a endemia, precisamos manter uma vigilância sobre ela”, alertou Cássio Peterka, coordenador substituto do Programa Nacional de Combate à Malária do Ministério da Saúde.

 

Para o presidente do Conselho dos Secretários Municipais de Saúde (Cosemes) e secretário de saúde de Tapauá, Januário Neto, o apoio do Governo do Estado é fundamental para o sucesso das ações no interior. “Os números da malária crescem quando os governos deixam de estar presentes nos municípios. A vontade política é muito importante, sobretudo na possibilidade de mudança de investimentos. Acredito que o Governo do Estado hoje, com essa vontade de fazer, é importante para que a gente construa uma política pública permanente para um combate sério à malária”, salientou.