O governo do Estado fará enxugamento da máquina pública e, para isto, cada órgão apresentará um levantamento sobre os gastos, incluindo contratos e o número de servidores. O anúncio foi feito, ontem (8), em coletiva pelo governador Amazonino Mendes, que falou ainda sobre a revisão e até suspensão de contratos para reduzir os custos da máquina. O governador pontuou, como exemplo, o déficit de R$ 1,2 bilhão somente na Saúde e criticou o seu antecessor, o interino David Almeida.
“Vamos reduzir automia do secretariado, disciplinar com muito rigor os ordenamentos de despesas. Pedimos um organograma ideal de cada secretaria, de cada setor para funcionar corretamente sem gorduras”, afirmou.
As declarações foram dadas por ele, ontem (8), após uma reunião de ordenamento com secretários, na sede do governo, localizada no bairro Compensa, zona oeste de Manaus. “Essa reunião foi para conscientizar os secretários que esse não é um governo qualquer. É um governo que tem um compromisso de reconstrução, de reorganizar o Estado. Então, o secretário não pense que pegou a secretaria como prêmio. A secretaria é um encargo, uma obrigação. Vamos adotar uma série de normas para acabar com esse isolamento”, afirmou Amazonino.
O governador ressaltou, conforme as avaliações feitas nos primeiros 30 dias de gestão, que a atual administração herdou a máquina com um elevado grau de desorganização, marcado pelo isolamento dos órgãos estaduais.
Saúde
Presente na reunião de ordenamento, o secretário de Estado de Saúde, Francisco Deodato, afirmou que a Susam está revendo todos os contratos da área para enxugar custos e otimizar os gastos, além de, segundo ele, melhorar os serviços. “Recebemos uma administração com sete meses de débitos atrasados com as empresas que tem contrato com o Estado. Até hoje já realizamos pagamentos de R$ 40 milhões só de recursos humanos envolvendo cooperativas e empresas. Todos os dias os pagamentos estão sendo feitos”, afirmou o secretário.
O governador destacou que o Estado tem um grande débito referente a aluguel. “Só de aluguel de carro, manutenção e aluguel de imóveis o Estado gasta R$ 200 milhões por ano. Está tudo estourado. Não existe um setor que esteja equilibrado. O déficit é financeiro e de serviço”, disse o governador.
O governador criticou a criação do Comitê de Combate à Corrupção aprovado na Assembleia Legislativa do Estado. “Isso é risível, isso é coisa para inglês ver. Se tiver corrupção no meu governo, eu mesmo vou enxotar a pessoas. Não dá mais para fazer de conta e fazer concessão para a politicagem. Me constrange esses vícios tolos”, disse.
Ele ressaltou que os órgãos fiscalizadores devem fazer a sua função, como o Ministério Público e a Assembleia Legislativa. “Deputado ganha muito e é pago pelo povo para trabalhar, fazer leis e fazer o seu papel. Isso não pode ser só Agamenon”, disparou Amazonino.
Amazonino destacou alguns avanços da sua administração nos primeiros 30 dias de governo, como nas áreas de Saúde e Segurança. Entre os destaques está a redução na fila para exames cardiológicos.
Governador contesta fala de David Almeida: ‘conversa para ludibriar os desavisados’
O governador Amazonino Mendes falou sobre a situação em que se encontra o Estado e rebateu algumas declarações e ações feitas pelo ex-governador interino e presidente da Assembleia Legislativa do Estado, David Almeida (PSD).
O governador ressaltou que faz pouco mais de 30 dias que ele assumiu o mandato e que planeja organizar a máquina pública até o fim de dezembro para, de acordo com ele, trabalhar melhor em 2018. “O governo está pulverizado, descontrolado e até há dificuldade de coleta de dados e informações. As secretarias estão isoladas e autônomas. Há uma desconexão e o governador não sabia nada. Ninguém sabe quantos funcionários tem, quem está na folha de pagamento. O governo estava como um arquipélago cheio de ilhas umas distantes da outra”, disse, ao afirmar que vai contratar uma empresa de fora para realizar um trabalho de levantamento de dados no Executivo para reorganizar a administração pública.
Mendes afirmou que as declarações que David Almeida fez sobre a queda na arrecadação do Estado é, na visão dele, uma “conversa para ludibriar os desavisados”. “No mês passado, o Estado teve um aumento circunstancial. O aumento de receita que o Estado passou a ter não foi fruto de uma medida de governo. A Petrobras parou de vender e passou para produtoras independentes de petróleo e elas passaram a pagar mais. A situação do Brasil está melhorando e isso ajuda na arrecadação local, nada mais disso”, afirmou o governador.
Fonte: portal Diário do Amazonas