Noite foi de degustação das inovações que serão mostradas na arena
O Boi Garantido fez o primeiro ensaio aberto ao público, no bumbódromo, na noite dessa terça-feira (27). Foi uma série de detalhes mostrados, mesmo que parcialmente, que deram uma ideia do que vai ser o 56º Festival Folclórico de Parintins para o boi da baixa do São José. Sob comando de Israel Paulain e a voz de Sebastião Júnior, o roteiro das três noites foi passado, dessa vez, no próprio local de apresentações.
O primeiro detalhe foi o uso da toada “Treme-Terra” (Gaspar Medeiros, Cíntia Mesquita e Domingos Balburgiam), hit indiscutível do álbum “Garantido Por Toda Vida”, de 2023. Nessa hora, uma fila de batuqueiros, tocadores de surdo (o título da toada é o apelido dado a esse instrumento), foram dispostos em uma fila única, no meio da arena. O ápice da apresentação é a hora do refrão, cantado apenas na voz da torcida e o som dos surdos. Vai ser um dos momentos de apelo marcante de emoção. A Batucada promete manter uma apresentação marcante e protagonista.
A noite foi também de mostrar que os grupos especializados em dança, doze deles, vindos de outras cidades, para somar com as tribos coreografadas de Parintins, serão uma força considerável dentro da arena. Cada grupo terá um momento diferente. O consenso é que todas as coreografias tenham alguma espécie de mensagem.
Os itens mostraram o preparo de tantos meses. Isabelle Nogueira, Adriano Paketá, João Paulo Faria, Valentina Coimbra, Edilene Tavares, Lívia Christina, os tripas (Piçanã, Arnaldo e Batista), pai Francisco (Orlan Bertand) e mãe Catirina (Mara Souza), todos marcaram presença, ensaiaram, mostraram o que querem e pra que vieram. A Vaqueirada também vai fazer um número à parte, interagindo com o boi de pano.
A banda de base se reuniu, pela segunda vez (a primeira foi na segunda) com todos os naipes reunidos. Até então, a banda ensaiou em cidades diferentes. Ao todo, vinte músicos, mais os backing-vocals, estarão na arena.
Outro momento marcante foi o ritual “Nominação Kaiapó”, homenagem ao líder indígena Raoni, 91 anos, conhecido internacionalmente pela luta em defesa do meio ambiente e dos povos originários. E falando da parte musical, o repertório, incluindo toadas novas e antigas, todas de imenso sucesso, foi uma viagem pelo tempo dos 32 títulos de campão do festival.
Por falar em passeio pelo tempo, uma surpresa revelada foi a volta da tribo das Tupinambás, que voltam concorrendo ao item 20, coreografia.
E pela multidão, que lotou o bumbódromo nos dois lados, inclusive o lado “contrário”, teríamos que fazer um texto enciclopédico, pelas tantas impressões que devem ter surgido. Resta, agora, torcer pelo 33º título, estando ou não, no bumbódromo.
Fotos: Paulo Sicsú e Élcio Farias