DINARD, França – Os ministros de Relações Exteriores do G7 concordaram neste sábado em aplicar pressão sobre os responsáveis por uma violenta disputa de poder na Líbia, especialmente contra o comandante militar Khalifa Haftar, como forma de se evitar uma escalada militarista, afirmou o ministro alemão, Heiko Maas.
– Concordamos que precisamos usar todas as opções a nosso dispor para exercer pressão sobre os responsáveis na Líbia, especialmente o general Haftar, para que possamos evitar qualquer escalada militar – disse Maas a jornalistas.
Cada país do G7 vai usar seus próprios canais, disse Maas, para exercer a pressão. Ele acrescentou que Itália e França têm contatos diretos com a Líbia.
– A situação é muito preocupante e não podemos aceitar uma nova escalada militarista – disse Maas após a reunião.
Khalifa Haftar, um líder militar que domina o Leste da Líbia e há anos vem prometendo assumir o comando do país, ordenou que as suas tropas avancem sobre a capital da nação, Trípoli, controlada por um governo apoiado pela ONU. A ordem para a ofensiva, que já chegou áos subúrbios da cidade, foi dada enquanto o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, estava lá para articular uma solução política para os conflitos no país, cujo território está dividido entre diferentes facções militares desde a derrubada do ditador Muamar Kadafi, em 2011. O avanço de Haftar pode significar uma nova etapa na guerra civil.
A ofensiva acontece em um momento de aproximação entre as partes e pouco mais de uma semana antes de uma conferência nacional para encontrar uma saída política para a Líbia, convocada pela ONU e marcada para o dia 14. Haftar, que nos últimos meses fez importantes conquistas militares, controlando poços de petróleo no Sul do país, parece querer sinalizar que não acredita em negociação ou saída política para o conflito, e que sua ascensão é inevitável.
Fonte: O Globo