Aniversariante desta terça-feira (14), o ex-goleiro Jackson Follmann mostrou positividade em entrevista à ESPN Brasil. Um dos três atletas sobreviventes da tragédia do avião da Chapecoense, Follmann disse que acompanha o futebol e é um “corneteiro” atualmente, além de projetar qual esporte ele praticará uma vez que suas lesões estiverem completamente recuperadas.
“Eu assisto futebol. agora eu sou um corneteiro, digamos assim. Mas brincadeiros à parte, gosto de acompanhar todos os campeonatos estaduais”, comentou, não negando que sente falta de entrar em campo.
“Dá aquela saudade, aquela vontade de estar atuando, mas infelizmente aconteceu essa tragédia. Felizmente estou aqui vivo, isso é o mais importante. Lógico que meu sonho de me tornar um grande jogador se encerrou, mas hoje eu consigo ver bastante jogos, e vou continuar sendo um amante do futebol”, afirmou.
Follmann já havia manifestado o interesse de retomar uma carreira de atleta, porém se mostrou cauteloso quanto à escolha da modalidade, pois ainda se recupera de uma lesão no tornozelo.
“Eu ainda faço tratamento intensivo no meu tornozelo esquerdo, que ainda não está sarado. Tenho uma haste de 26 cm e todos os ligamentos do meu pé estão rompidos. Requer um tempo maior de recuperação, de cuidados. Assim que recuperar, vou estar estudando o esporte para me adaptar mais rápido”, declarou o atleta, descartando que o prefixo “ex” seja usado para descrever sua relação com o esporte.
“Tenho que estar sempre respeitando meu corpo, quando se adaptar, vou estar praticando. Sempre vou estar praticando. Sempre vou ser um atleta, nunca vou me ver como ex-atleta”
O aniversariante, que completou 25 anos nesta terça, também comentou as comparações recorrentes com o caso do italiano Alessandro Zanardi, ex-piloto da Fórmula 1 que teve que amputar as pernas em 2001 após um acidente quando corria na categoria que era chamada de CART. Como deseja Follmann, Zanardi não abandonou o esporte: iniciou carreira no paraciclismo e é dono de seis medalhas paralímpicas, sendo quatro delas de ouro.
“Confesso que não li sobre a história dele, mas algumas pessoas já vieram falatr sobre ele. Dizem que é um cara de muita personalidade, que eu sou bastante parecido – pela superação, pela força de vontade. Fico muito feliz por ser comparado com pessoas que lutam pela vida, que não desistem”, comentou Follmann.
O atleta também falou sobre a superação do trauma vivido por ele em novembro de 2016.
“Perdi muitos amigos, muitos irmãos. No começo era muito difícil para mim. Agora, estou com a cabeça muito boa. Estou com o pensamento positivo, e isso está ajudando bastante. Estou muito feliz com tudo que está acontecendo comigo, feliz com a resposta que o meu corpo está dando”, concluiu.
Fonte: UOL Esportes