Flávio Bolsonaro mantém na Alerj quatro assessores citados pelo Coaf

RIO – O deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), senador eleito, mantém empregados na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) quatro servidores citados pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras ( Coaf ) por transações suspeitas com o ex-motorista Fabrício Queiroz. Três funcionários permanecem lotados no gabinete do parlamentar, enquanto um está nomeado na liderança do PSL — Flávio é o líder do partido. Ao todo, nove assessores e ex-assessores do deputado foram listados pelo

Uma das funcionárias que permanece empregada é Evelyn Melo de Queiroz, filha do ex-motorista. Agostinho Moraes da Silva e Márcia Cristina Nascimento dos Santos também estão com cargos no gabinete, e Jorge Luís de Souza está alocado na estrutura da liderança do PSL. Os quatro funcionários ainda empregados recebem, juntos, R$ 24,9 mil de salário, em valores líquidos.

Entre depósitos recebidos e transferências feitas, as transações de Queiroz com o grupo de nove assessores e ex-assessores somaram R$ 190 mil entre janeiro de 2016 e março de 2017. Com relação aos quatro funcionários que permanecem na Alerj, o valor citado pelo Coaf é de R$ 17,8 mil no mesmo período.

O maior volume de dinheiro foi movimentado entre Queiroz e duas funcionárias que não estão mais vinculadas a Flávio: Nathália Melo de Queiroz e Márcia Oliveira de Aguiar, respectivamente, filha e mulher do ex-motorista. No total, R$ 136,6 mil entraram ou saíram da conta de Queiroz em transações com as duas familiares.

Depois de ser exonerada da Alerj, Nathália foi nomeada assessora do então deputado Jair Bolsonaro — deixou o cargo em 15 de outubro do ano passado. A personal trainer ainda conseguiu um cargo comissionado na prefeitura de Araruama, mas saiu do posto em dezembro, depois de o relatório do Coaf vir à tona. Já a mulher de Queiroz deixou a Alerj em setembro de 2017 e não ocupou funções comissionadas desde então.

Investigação suspensa

O Ministério Público do Rio (MP-RJ) investigava Queiroz, que movimentou R$ 1,2 milhão em um ano, por suspeita de lavagem de dinheiro. A apuração foi suspensa pelo Supremo Tribunal Federal (STF), após pedido de Flávio, que solicitou ainda a anulação de provas, o que ainda não foi definido. O relator do caso, ministro Marco Aurélio Mello, deve decidir em fevereiro, quando o Supremo voltar do recesso, se a investigação seguirá para a Corte ou permanecerá no Rio.

De acordo com o procurador-geral de Justiça do Rio, Eduardo Gussem, há investigações em andamento, na área cível, sobre Flávio Bolsonaro e outros 26 deputados estaduais. Procurado via assessoria, Flávio Bolsonaro não quis comentar.

Fonte: O Globo