O Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia) presta homenagem a todos os profissionais sanitaristas do Brasil, nesta segunda-feira, 02 de janeiro, quando é comemorado o “Dia do Sanitarista”. A data foi instituída quando, em 1920, Carlos Chagas alcançou a aprovação do primeiro “Código Sanitário” brasileiro no Congresso Nacional. A data é emblemática e representa uma associação temporal direta e marcante entre ações de sanitaristas e políticas de saúde no Brasil, embora a atuação do sanitarista seja anterior a 1920, haja vista grandes feitos sanitários como os de Oswaldo Cruz, Vital Brazil ou Emílio Ribas, anteriores a esta data.
A diretora da Fiocruz Amazônia, Adele Schwartz Benzaken, que é médica sanitarista, destaca o papel da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) na formação de profissionais especializados em Saúde Coletiva. “Temos na Fiocruz um dos maiores centros formadores de sanitaristas no Brasil em termos de pós-graduação, seja em nível de especialização ou mestrado/doutorado, e inúmeros desafios a serem vencidos na área com o fundamental apoio desses profissionais”, ressalta a diretora, lembrando que os sanitaristas formam, em sua maioria, os quadros da Fiocruz e suas unidades descentralizadas, hoje com um papel fundamental na formulação de políticas públicas com apoio da nova gestão do Ministério da Saúde, tendo à frente a ministra Nísia Trindade.
Epidemiologista da Fiocruz Amazônia, Jesem Orellana salienta o papel do sanitarista como um trabalhador de saúde comprometido com a consolidação e o desenvolvimento do Sistema Único de Saúde (SUS). “Compromisso em particular com a Reforma Sanitária Brasileira, por meio de práticas que visam a promoção, a proteção e a recuperação da saúde. O sanitarista interage não apenas com a comunidade, mas com a formulação, implementação e monitoramento de políticas sociais e de interesse sanitário”, observa Orellana, lembrando que após anos de retrocessos e obscurantismo sanitário no Brasil, o 2 de janeiro de 2023 é particularmente especial, pois coincide com o “marco zero” de reconstrução do estratégico Ministério da Saúde, que passa a contar com nova estrutura e liderança, essenciais ao pleno desenvolvimento de ações e políticas que visam melhorar as condições de vida do brasileiro.
“Conhecimentos oriundos da epidemiologia, das ciências sociais e humanas, bem como da política e do planejamento em saúde, por exemplo, permitem ao sanitarista um olhar único, crítico, resolutivo e emancipador acerca das condições de vida e dos seus determinantes, sejam eles socioambientais, sanitários, biológicos, econômicos e culturais. Assim, os sanitaristas do Brasil, fizeram, fazem e seguirão fazendo a diferença na Saúde Pública”, reforça Orellana.