A Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), órgão vinculado à Secretaria de Estado de Saúde (Susam), realizará, a partir desta segunda-feira (25/3), uma jornada de rastreio para detecção do câncer colorretal, que acomete o intestino grosso e reto. Os exames de colonoscopia – imagem do intestino grosso e reto – serão realizados pela equipe do serviço de endoscopia e a estimativa é atender 30 pacientes até a próxima sexta-feira (29/3).
A abertura da jornada de rastreio ocorrerá, às 9h, no hall do serviço de endoscopia da unidade hospitalar, localizada na rua Francisco Orellana, n° 215, bairro D. Pedro, zona centro-oeste. O evento conta com o apoio do Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC), Liga Amazonense Contra o Câncer (LAAC), Rede Feminina de Combate ao Câncer do Amazonas (RFCC-AM) e Sociedade Brasileira de Cirurgia do Aparelho Digestivo.
A ação é em alusão ao “Março Azul Marinho” – mês de conscientização contra o câncer colorretal, que é o terceiro tipo mais frequente tanto em homens quanto em mulheres. A data foi instituída pelo Ministério da Saúde (MS), em parceria com a Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP), e tem como objetivo informar e educar a população sobre o câncer.
Segundo o diretor-presidente da FCecon, o mastologista Gerson Mourão, a FCecon realiza 30 exames de colonoscopia ao mês. “Com a campanha, iremos realizar o mesmo número de procedimentos em uma semana. Com isso, esperamos diminuir o tempo de espera de quem está aguardando. A equipe que irá atender os pacientes é formada por mais de 20 pessoas, entre médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem. A intenção é alertar a população para o câncer colorretal”, frisou.
A jornada de rastreio, conforme Gerson Mourão, irá antecipar os agendamentos dos pacientes que aguardam atendimento, e que serão atendidos somente os que não utilizam bolsa de colostomia. Ele disse que os funcionários do serviço já entraram em contato com os pacientes na semana anterior para passar as orientações.
Conforme o médico especialista em cirurgia do aparelho digestivo da FCecon, Sidney Chalub, o câncer colorretal se desenvolve a partir de pólipos, que são lesões benignas que crescem na parede do cólon – porção média do intestino grosso. “Entretanto, os pólipos se transformam em câncer com o passar do tempo, quando associados à predisposição genética e hábitos não saudáveis de vida”, alertou.
Diagnóstico – A identificação é feita por meio da colonoscopia, sigmoidoscopia – exame minimamente invasivo que analisa todo sistema colorretal –, exame de toque retal e pesquisa de sangue nas fezes.
Sintomas – Os sintomas surgem em estágios avançados da doença. Por isso, a detecção precoce nem sempre é possível. Os principais são presença de sangue nas fezes, dor e cólica na barriga, sensação de que o intestino não é completamente esvaziado, perda de peso rápida e não intencional, anemia, cansaço e fraqueza.
De acordo com o médico especialista, quando diagnosticado em estágios iniciais, a taxa de sobrevida é de 92% após os primeiros cinco anos, que é o tempo estipulado de possível retorno da doença.
Tratamento – Sidney Chalub também afirma que o câncer de intestino é uma doença tratável e curável, sendo a cirurgia o procedimento inicial. Ele disse que o tratamento também pode envolver a radioterapia associada ou não à quimioterapia para diminuir as chances de retorno do tumor.
Fatores de risco – A doença está associada, principalmente, a fatores de risco como tabagismo, consumo excessivo de bebidas alcoólicas, obesidade, sedentarismo, consumo de alimentos calóricos e de carnes grelhadas, fritas ou na chapa. Este tipo de câncer acomete pacientes com mais de 50 anos.