Escolinhas de iniciação esportiva atenderam mais de seis mil crianças em 2019

Com o objetivo de formar e revelar novos atletas, melhorar o condicionamento físico e promover mais saúde aos alunos, as escolinhas de iniciação esportiva do Governo do Estado, que funcionam na Vila Olímpica de Manaus e são coordenadas pelo Centro de Treinamento de Alto Rendimento do Amazonas (Ctara), tiveram um ano de recordes nos atendimentos, totalizando mais de seis mil alunos, com idades entre cinco a 14 anos.

Em relação ao número de atendimentos realizados em 2018, houve um aumento de 690%, já que durante todo o ano anterior foram atendidos 823 alunos nas modalidades esportivas.

O Ctara, administrado pela Fundação Amazonas de Alto Rendimento (Faar), oferece 13 modalidades esportivas. São elas: tênis de mesa, atletismo, judô, vôlei de praia, handebol, futsal, boxe, basquetebol, voleibol, xadrez, ginástica rítmica e artística, além do núcleo de badminton, realizado na Escola Estadual Cacilda Braule Pinto.

Os alunos têm aulas duas vezes por semana, em que são trabalhados os conceitos da modalidade e realizados testes de aptidão. É nessa rotina que surgem atletas que se destacam e com quem são reforçados os trabalhos de base. Muitos desses alunos passam a competir em torneios locais e fora do estado, iniciando um caminho vitorioso no esporte.

Talentos em formação – Raimundo Vitor Silva, 15 anos, é um exemplo desse trabalho. Revelado nas escolinhas, ele estreou em competições em 2018, e em 2019, além de ter sido campeão Norte e Nordeste no Salto Triplo, conseguiu índice para representar o Amazonas nos Jogos Escolares da Juventude (JEJ) em Blumenau, Santa Catarina. Atualmente, Vitor é o líder do Ranking Regional Brasileiro Sub-16 da categoria.

“Eu me esforço bastante e foco nos treinos. O atletismo para mim começou como forma de lazer e diversão, mas depois dos resultados fomos levando mais a sério. Estou feliz com as conquistas, mas quero fazer tudo para chegar no Pan-Americano, tentar uma Olímpiada e, quem sabe, trazer medalha para o Amazonas”, conta o garoto.

A técnica e professora do atleta, Marleide Borges, fala que ele é um fenômeno e tem muito a conquistar. “Ele é um talento nato. Ano passado, no JEJ, ficou em 6º lugar nos 100 metros com barreiras, na categoria de 12 a 14 anos, um registro excelente para um iniciante’’.

Marleide destaca que o trabalho com Raimundo Vitor continuará sendo aprimorado para que ele alcance resultados ainda melhores em 2020. Ela também destaca a importância dos Núcleos de Base na formação de grandes nomes do esporte ao longo dos anos.

“Nós vimos vários atletas surgirem a partir da iniciação esportiva aqui na Vila Olímpica. Esse trabalho é uma ferramenta de mudança de vida e de hábito. É uma ação que sinto muito orgulho de fazer parte e conseguir garimpar essas joias do esporte”.

Mais do que formar campeões, as escolinhas ajudam no desenvolvimento físico das crianças, que muitas vezes chegam ao Ctara em busca de um esporte por indicação médica. Esse foi o caso da pequena Julia Pereira Ribeiro, de oito anos. Diagnosticada com desenvolvimento físico tardio, a mãe matriculou a menina neste ano na ginástica artística, esporte que Julia já tinha interesse.

“Quando o médico indicou a prática esportiva para ajudá-la a crescer fiquei preocupada, mas me falaram que aqui era gratuito e que tinha bons profissionais. Ela optou pela ginástica artística por conta dos aparelhos, e desde que iniciou cresceu bastante, o corpo se desenvolveu, além de ter feito vários amigos e ter se dado muito bem com a professora”, disse a mãe, Marinalva Ribeiro.

Júlia, que já conquistou algumas medalhas, sonha em ser uma grande ginasta e não esconde a alegria diante de tudo o que já aprendeu. “Eu gosto muito da ginástica. Não falto a nenhuma aula e quero me dedicar bastante”.

Melhorias em 2019 – Em 2019, foram realizadas algumas mudanças no Ctara com o intuito de melhorar os núcleos de base das modalidades. Umas das iniciativas foi o Festival das Escolinhas, evento que aconteceu pela primeira vez e que colocou todas as turmas em disputa, em que os alunos competiram entre si ao longo de uma semana.

Outra ação que também busca manter a qualidade do trabalho de base é a rematrícula assegurada do aluno. Segundo o coordenador do Ctara, Tadeu Picanço, o trabalho deve ser de continuação, portanto, a criança que está matriculada só precisa fazer a renovação.

“Trabalhando nesse formato, é a garantia de formarmos bons atletas desde a base e, mais tarde, conseguiremos alcançar resultados e títulos. Os trabalhos são de aprimoramento e, nessa idade, com o desenvolvimento motor, elas passam a ter gosto pelo esporte e ter uma vida mais saudável”.