Na segunda-feira (22), foi comemorado o Dia da Terra, data criada nos Estados Unidos pelo senador e ativista ambiental Gaylord Nelson, com o objetivo de abrir uma discussão mundial sobre a importância de preservar os recursos naturais do Planeta e problemas como a destruição da biodiversidade. Em março deste ano, o Instituto Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), divulgou o desmatamento na Amazônia Legal aumentou 54% em janeiro, em comparação com o mesmo mês do ano passado.
O deputado Sinésio Campos (PT) alerta para o perigo das queimadas, porque “matam os microorganismos”. Presidente da Comissão de Geodiversidade, Recursos Hídricos, Minas, Gás, Energia e Saneamento da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam), Sinésio diz que todos precisam “amar e cuidar da Terra, usando a ciência e a tecnologia hoje disponíveis”. O parlamentar aproveita para dizer que o Amazonas tem a maior bacia hidrográfica do mundo, um “lençol freático maravilhoso”, mas grande parte da sua população não dispõe de água potável nas torneiras.
Segundo o geólogo do Serviço Geológico do Brasil (SGB/CPRM), Marcelo Motta, desde a sua criação, há 4,5 bilhões de anos, a Terra “vem passando por inúmeras transformações. Mas, antes, tais mudanças eram decorrentes de processos geológicos como a criação da atmosfera, surgimento dos mares, oceanos e ilhas, a dança dos continentes”, explicou.
O especialista enfatiza que a “nossa existência é praticamente recente na história do Planeta e, mesmo assim, tão jovens, nossa raça está sendo capaz de provocar mudanças atmosféricas a partir da emissão de gases poluentes. Tal desequilíbrio tem a capacidade de elevar o nível dos oceanos, promover enchentes, chuvas torrenciais, calor e frio extremo, onde nunca se pensava que ocorreriam. Temos nossa parcela de culpa. A conscientização tem de ser de todos nós, para deixar um futuro para nossos sucessores”, afirma Marcelo Motta.
Para o geólogo, não se pode deixar apenas para o poder público as soluções dos problemas enfrentados por todos. É o caso do lixo jogado em rios ou igarapés, que provocam tantos prejuízos às pessoas e ao meio ambiente. Ele também afirma que a humanidade se desenvolveu a partir da exploração dos recursos naturais, da mineração. “O problema é a exploração irresponsável. Mas hoje, já existem técnicas para se fazer exploração mineral com responsabilidade e construir riqueza para as pessoas. Com a área delimitada para a exploração responsável, famílias podem viver ao redor, sem problema”, ponderou Marcelo.