Propaganda foi suspensa na quinta-feira (30), por decisão da juíza federal Rosimayre Gonçalves de Carvalho, de Brasília.
O desembargador federal Hilton Queiroz, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, autorizou que o governo federal retome a veiculação de campanha sobre a reforma da Previdência Social em televisão, rádio, jornais, revistas, internet e outdoors.
A veiculação da campanha foi suspensa na quinta-feira (30), por decisão da juíza Rosimayre Gonçalves de Carvalho, da 14ª Vara Federal de Brasília, que atendeu a ação da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Anfip).
A campanha divulgada pelo governo afirma que, com a reforma, o governo quer combater privilégios. “Tem muita gente no Brasil que trabalha pouco, ganha muito e se aposenta cedo”. A campanha afirma, ainda, que com o “corte de privilégios”, o país terá mais recursos para cuidar da saúde, educação e segurança.
A Anfip argumenta que as peças não têm cunho educativo e apresentam mensagem “inverídica” sobre as mudanças nas regras de aposentadoria.
A juíza Rosimayre concordou com a entidade, destacando que, na propaganda, o governo promove “desqualificação de parte dos cidadãos brasileiros”, em referência aos servidores públicos.
O desembargador Hilton Queiroz reverteu decisão da juíza atendendo a recurso da Advocacia-geral da União (AGU). O desembargador acatou os argumentos da AGU de que “em nenhum momento a publicidade veiculada afirmou que o déficit previdenciário é decorrência exclusiva do funcionalismo público”.
A AGU alegou, ainda, que o debate sobre a reforma da Previdência ainda está no âmbito político, que envolve sociedade, poder Executivo e Legislativo “sendo de fundamental importância que sejam realizadas ações de comunicação do poder Executivo com a sociedade, como vem ocorrendo na campanha publicitária ora questionada”.
Reforma da Previdência
A proposta de reforma da Previdência Social foi enviada pelo governo ao Congresso Nacional em dezembro de 2016 e chegou a ser aprovada na comissão especial em maio deste ano, mas, desde então, não avançou por falta de consenso.
Diante disso, o governo articulou com o relator, Arthur Maia (PPS-BA), uma versão enxuta da proposta. O objetivo do presidente Michel Temer é aprovar a reforma ainda neste ano, mas, mesmo com as mudanças, líderes preveem dificuldades para a aprovação.
Com este cenário, Temer convocou para este domingo (3) uma reunião com ministros, líderes de partidos da base e presidentes de legendas aliadas para definir as estratégias para a votação da reforma ainda neste ano.
Fonte: G1