A greve dos profissionais da educação da rede pública estadual foi tema dominante na Sessão Ordinária desta quarta-feira (24), na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam). Os professores, que reivindicam 25% de reajuste salarial, ocuparam a galeria do Plenário Ruy Araújo e a frente do prédio principal da Casa Legislativa, pedindo apoio dos deputados estaduais no diálogo com o Governo do Estado.
Os deputados João Luiz (Republicanos) e Comandante Dan (PSC) se manifestaram favoráveis ao movimento, destacando, no entanto, a importância do diálogo para que se possa avançar nas negociações. “Esta Casa está interessada e comprometida com a causa, mas sem negociação e diálogo não chegaremos em lugar nenhum”, disse o deputado Comandante Dan, pedindo tranquilidade de todos os envolvidos.
A proposta apresentada pelos representantes do governo, em reunião realizada na Aleam, no último dia 18, foi lembrada pelo presidente Roberto Cidade (União Brasil), que estava presente ao encontro. “Essas informações precisam ficar claras para todos os professores, já que não é possível a presença de todos nas reuniões”, disse, informando que naquele momento o Executivo estadual apresentou uma contraproposta, oferecendo inicialmente 8% de reajuste salarial, com a possibilidade de aumentar esse percentual, gradativamente, a partir de estudo técnico a ser realizado pela Secretaria de Fazenda (Sefaz).
O líder do Governo na Aleam, deputado Felipe Souza (Patriota), reafirmou a exigência que a greve seja suspensa para a continuidade das negociações. Segundo o líder, o governo está aberto ao diálogo.
Outros deputados que também se manifestaram e igualmente apoiaram o pleito dos educadores foram os deputados Sinésio Campos (PT) e Wilker Barreto (Cidadania). Campos disse que o Parlamento tem o poder de legislar e abrir o diálogo em busca de soluções, porém, cabe ao Executivo decidir sobre o orçamento, e pediu a valorização dos trabalhadores da educação. “É preciso fazer a reparação no que diz respeito ao salário dos professores”, declarou Sinésio, citando que o Poder Judiciário julgou ilegal a greve, porém, para o deputado a greve existe como último instrumento quando se deixa de ter a negociação.
Já Wilker Barreto destacou ser importante que a sociedade entenda que a greve só foi deflagrada pela falta de diálogo do governo, ao explicando que a Aleam estava contribuindo para as negociações, tanto que a proposta dos professores foi apresentada ao governo, no dia 8 de março último, por meio da Comissão de Educação da Aleam, que é presidida pelo deputado Cabo Maciel (PL).
Barreto pediu que o governo mantenha a reunião agendada para amanhã, dia 25. “Só posso fazer um apelo aos professores: resistam”, finalizou.