Deputados comentam situação da Segurança Pública

O clima de insegurança  em Manaus e algumas cidades  do Amazonas , por conta da onda de violência que aconteceu no último final de semana, foi  o tema de discursos parlamentares na Sessão Plenária, desta terça-feira (8), na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam). Vários deputados comentaram a situação e apontaram caminhos para tentar solucionar a crise.

O deputado João Luiz (Republicanos) sugeriu que a Prefeitura de Manaus retomasse as atividades de inclusão social da Secretaria Municipal de Juventude, Esporte e Lazer (Semjel) . “O trabalho preventivo começa com a educação, esporte e de empreendedorismo, capacitando e incluindo a nossa juventude na sociedade para evitar a captação dos jovens pelo tráfico”, sugeriu.

Dermilson Chagas (Podemos) chamou a atenção para  a necessidade de uma investigação séria na cúpula da Polícia Militar do Amazonas (PMAM), realizada  pelo Ministério Público Federal (MPF). Da mesma forma, Wilker Barreto (Podemos) concordou com a ida dos membros da cúpula da PMAM para esclarecer os fatos que levaram ao caos da segurança.

O deputado Fausto Junior (MDB) destacou que a onda de violência foi apenas o ápice de uma série de falhas na Segurança Pública ao longo dos últimos anos. “Hoje, por mais armada que esteja a polícia, o crime somente  terá  fim quando a Segurança Pública entrar na ferida do crime organizado, atacando as finanças do crime. É preciso ter clínicas de tratamento para dependentes químicos, como era a clínica Ismael Aziz, que funcionava no km 53 da AM-010 e hoje está fechada. Não é só uma questão de repressão, é sobre tratar os dependentes químicos, pois não tendo dependentes, se enfraquece o tráfico. O consumo de drogas tem explodido, sobretudo no interior do Estado e com medidas repressivas estaremos sempre perdendo a batalha para o crime organizado”, afirmou.

Delegado Péricles (PSL) apontou diversas desvantagens que as forças de segurança lidam no enfrentamento ao crime organizado. “Existe uma diferença enorme entre o armamento policial e dos traficantes, a falta de tecnologia que não favorece o serviço de inteligência e a desvalorização dos policiais, que foram promovidos apenas no papel, mas não receberam aumento”, enumerou.

A falta de efetivo é uma das falhas principais da Segurança Pública, segundo o deputado Álvaro Campelo (Progressistas). “Apesar da  Segurança Pública ser um problema multifatorial, temos um problema antigo de falta de policiais, tanto nas polícias quanto no Corpo de Bombeiros. Os combatentes ficam constantemente adoecidos, necessitando a corporação de constantes concursos públicos para suprir essas necessidades. Se fossem armados, os guardas municipais poderiam ser um reforço valioso na segurança também”, apontou.

Corroborando o discurso do colega parlamentar, Cabo Maciel (PL) falou sobre a importância da realização de Concurso Público para oxigenar os quadros das polícias e bombeiros. Ele lembrou que existe um Projeto de Lei (PL) de sua autoria, que inclui os guarda municipais na estrutura da Segurança Pública com direito a porte de arma.

Por sua vez, Serafim Corrêa (PSB), destacou a importância da segurança nas fronteiras do interior, especialmente na região do Rio Solimões, por onde entra a maior parte das drogas apreendidas no estado. “Temos de atacar as causas, não os sintomas. Se barrar essa entrada com inteligência, com integração entre as forças federais e estaduais, e a presença do estado na região, a causa será atacada”, resumiu.

Doação de Sangue

O deputado estadual Sinésio Campos (PT) parabenizou a Diretoria de Assistência Social da Assembleia pelo programa Doador Legal que, há oito anos, capta doadores de sangue para o Fundação de Hospitalar de Hematologia e Hemoterapia do Amazonas (FHemoam) e está realizando a edição 2021 do programa nesta terça-feira, na Assembleia e até sexta-feira (11) no Hemoam.

Enchentes

Wilker Barreto repercutiu viagem que realizou à Anori (distante 195 km de Manaus em linha reta), município  atingido pela cheia. O deputado Abdala Fraxe (Podemos) esteve em Autazes (113 km), que também foi atingido pela cheia, para levar mantimentos à população afetada.