Centro Popular do Audiovisual celebra Narciso Lobo

Poesia, militância, pesquisa, educação. Essas são algumas das atividades pelas quais o pesquisador Narciso Lobo se dedicou ao longo de sua vida. Falecido em 2009, sua memória é celebrada este mês pelo Centro Popular do Audiovisual (CPA) no evento “Diálogos Audiovisuais – O legado de Narciso”, que acontece na quarta feira, dia 13, às 19h, na sede do Coletivo Difusão.

 

Autor de livros essenciais para a pesquisa em Cinema e Comunicação no Amazonas, Narciso Lobo foi professor do Departamento de Comunicação da Ufam por quase 30 anos, onde se envolveu com projetos de extensão, grupos de pesquisa e ajudou na formação de gerações de jornalistas e comunicadores.

 

Sua trajetória, no entanto, tem passagens menos conhecidas, como o período em que colaborou com o movimento indígena através da aproximação com o Conselho Indigenista Missionário (CIMI) produzindo o jornal Porantim, ou ainda a veia de poeta, tendo publicado o livro “Ama zonas”. São muitas as faces de Narciso Lobo e as marcas que ele deixou na vida acadêmica, cultural, literária e política da cidade de Manaus.

 

“Nós, do Centro Popular do Audiovisual, temos uma relação especial com a figura do professor Narciso Lobo porque desde o começo da nossa trajetória, ainda em 2006, nós já tínhamos contato com ele e sua obra. De certa forma é uma das nossas maiores influências, principalmente no que diz respeito a pensar o cinema para além da produção de filmes”, comenta Allan Gomes, um dos coordenadores do CPA.

 

A proposta dos “Diálogos Audiovisuais” é aproveitar a exibição de um filme para discutir o cinema de forma mais ampla, com foco em pessoas que se interessem por processos e história do cinema. A atual edição, no entanto, aproveita a data para celebrar um dos maiores nomes da pesquisa de cinema no Brasil no século XX. Michelle Andrews, também coordenadora do CPA, comenta o papel da instituição:  “Nós temos como objetivo estimular toda a cadeia do audiovisual, e pensando também a comunicação popular. Estamos em constante diálogo por meio da formação, produção, pesquisa, exibição e circulação de obras e profissionais. O ‘Diálogos Audiovisuais’ sempre pensou o contato entre pesquisadores, profissionais e o público da cidade interessado no tema”.