O universo feminino em um conflito geracional de quatro mulheres totalmente diferentes, mas ávidas por compreender e ressignificar seu espaço numa sociedade em constante transformação. Este é o ponto de partida da mais nova montagem da peça “De Salto Alto”, que reestreia no palco do Teatro Manauara, no Manauara Shopping, às 19h deste sábado (25).
Aclamada pelo público desde que a primeira versão do texto estreou em 2007, o espetáculo da Companhia Interarte marca o terceiro evento do projeto “Contribua com a Cultura”, iniciativa do Teatro Manauara como alternativa para viabilizar a produção artística na cidade num período de retomada gradual das atividades culturais na capital.
Após o sucesso da reabertura, no dia 3 de setembro, com direito a ingressos esgotados e sessões extras, a casa agora se prepara para apresentar a versão atualizada do texto de Roger Barbosa, com direção de Francisco Mendes e atuação de Ariane Feitosa, Mariana Baldoíno, Rafael Frota, Gabriela Salama, Yasmin Barbosa e do próprio Roger Barbosa.
“É um elenco de atores premiados, experientes e também de atores jovens, o que dá uma mistura e traz uma dinâmica ao espetáculo”, diz Roger, explicando que a montagem da peça inclui novos personagens, histórias e um contexto contemporâneo no desenrolar da trama, sem perder o foco no humor, que dá o tom do espetáculo.
O enredo
“De Salto Alto” conta a história de Paula, 16, sua mãe Cláudia, 47, e a amiga da família, Márcia, 37, três mulheres de gerações e personalidades distintas, unidas em torno da problemática vivenciada pela mais jovem delas, que engravida de seu namorado e dá início a uma série de mudanças, reflexões, desentendimentos e confusões no seio dessa família.
Enquanto Cláudia sempre fora dona de casa, Márcia é o modelo de mulher moderna, que foi à luta e conquistou seu espaço no mundo do trabalho. É ela, aliás, quem deve fazer a ponte entre as gerações para buscar entender o conflito cômico vivido pela adolescente, sua família, e o namorado, um jovem de 17 anos.
A história conta ainda com personagens como Laura, 18, a irmã mais velha, uma entusiasmada porém ingênua feminista, e Geraldo, o pai, um homem recém aposentado que agora terá de lidar com uma família com a qual praticamente não conviveu, arquétipo que é de pai que se dedicou ao trabalho, mas foi ausente da vida familiar.
“A peça traz uma reflexão em torno da mulher moderna, que vai para a faculdade, luta por seu espaço no mercado de trabalho, por salários iguais. O público deve rir e se identificar de verdade com os personagens”, acredita Roger, que aproveitou para destacar a parceria com o Teatro Manauara.
Parceria
“A gestão do Teatro Manauara é uma grande parceira. De sonhar junto, movimentar o espaço, e dar um lugar especial para o nosso teatro. Sem esse olhar do Teatro Manauara, de parceria e estímulo, seria impossível. A gente sempre se sente muito a vontade lá”, diz ele, que não nega o frio na barriga para a reestreia. “É isso que nos move”, afirma.
De acordo com a diretora do Teatro Manauara, Carolina Bim, a casa, os eventos pós-reabertura da casa tem sido um sucesso. Após a retomada, no dia 3 de setembro, já houve apresentações locais e nacionais, sempre com boa participação do público, que chegou a esgotar os ingressos em algumas sessões.
Contribui para a adesão do publico o rigor na adoção de medidas de proteção sanitária, como o publico reduzido em 50% (300 dos 600 acentos da casa), os pontos de higienização e as poltronas em distanciamento. “Não tivemos nenhum incidente (de contaminação) em todos estes eventos”, lembra Carol.
Conscientização
Ainda sobre projeto “Contribua com a Cultura”, vale destacar também a participação da campanha do Teatro, em parceria com a HapVida, a respeito das campanhas do Setembro Amarelo, de prevenção ao suicídio, e Setembro Verde, de incentivo à doação de órgãos, apresentadas em comunicação visual e interativa ao público presente.