A Comissão de Educação da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), presidida pela deputada professora Therezinha Ruiz (PSDB), propôs a apresentação de um Projeto de Lei (PL) que prevê a criação da Semana de Conscientização Alimentar nas Escolas, voltada para a atenção às pessoas que sofrem com a Alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV). Também será realizada uma Audiência Pública sobre o assunto, em data a ser definida, além de seminários nas escolas, sobre a restrição alimentar, em função de componentes que causam alergia.
As propostas foram definidas em reunião realizada na Comissão de Educação, com o Grupo Alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV-Manaus) e o Grupo de Apoio às Crianças com Alergia Alimentar do Amazonas (Criale), formados por pais que lutam para garantir direitos aos filhos que apresentam reações à proteína do leite de vaca e seus derivados, assim como a outros componentes alimentares como a lactose, o glúten e proteína do ovo. Eles relataram o drama enfrentado diariamente com as restrições alimentares das crianças, inclusive na escola.
De acordo com a coordenadora da Comissão, Geanne Valente, a Audiência Pública vai ampliar a participação no debate e encaminhar as reivindicações das mães aos órgãos de Saúde e de Educação. “Precisamos de políticas de tratamento e acompanhamento alimentar adequados, para que as crianças não se sintam excluídas com a refeição no ambiente escolar”, exemplificou a coordenadora.
As mães apontaram a falta de médicos especialistas, de teste no SUS para identificar o problema, bem como a falta de informações em hospitais, sobre a alergia alimentar. O Grupo reclamou também da inexistência de campanhas de orientação e de vacinação para as pessoas que sofrem com a restrição alimentar à proteína do leite de vaca e a outros componentes alimentares.
Segundo as mães, as dificuldades se apresentam rotineiramente, em todos os lugares como restaurantes e lanchonetes que não disponibilizam informações aos pacientes com APLV, sobre a composição alimentar dos seus cardápios.
O grupo defende a criação de um programa ou de um Centro de Referência no tratamento da alergia alimentar, com equipe multidisciplinar composta por pediatras, gastropediatra, alergologistas, nutricionistas, psicólogos e assistente social.
Reações
A alergia ao leite de vaca é uma reação às proteínas que estão presentes tanto no leite da vaca quanto em seus derivados, como queijo, iogurte e demais alimentos que contenham leite. Nas pessoas com APLV, o sistema imunológico reage às proteínas e o organismo inicia a produção de células específicas paracombater as moléculas invasoras, o que desencadeia um processo alérgico.
Os primeiros sintomas podem ser identificados ainda no aleitamento materno. Entre os mais comuns, destacamos os de ordem digestiva, como a dificuldade para engolir, recusa alimentar, vômitos, cólicas intensas, diarreia, intestino preso e sangue nas fezes.
Outros sinais frequentes são os problemas de pele, que incluem inchaço nos lábios ou pálpebras, coceira na pele, urticária e dermatite. Os problemas respiratórios também costumam fazer parte dos sintomas, como asma, inchaço no peito, tosse, coriza e até pneumonia.