Nesta semana, a cidade de Manaus recebe a “Circulação Enxergando o Invisível”, uma temporada que coloca a acessibilidade cultural em destaque. O projeto, contemplado pela Lei e Edital Thiago de Mello 2023, inclui apresentações do espetáculo “Enxergando o Invisível”, que traz uma abordagem única para a palhaçaria contemporânea, bem como oficinas de teatro sensorial direcionadas para crianças e jovens de escolas de educação específica, a maioria deles com deficiência visual, seja cegueira ou baixa visão.
Além de oferecer audiodescrição para o espetáculo, a equipe pensou em proporcionar experiências sensoriais significativas que vão além do cumprimento de cotas. A audiodescrição é cuidadosamente elaborada, preservando a subjetividade da experiência teatral, tornando-se uma ferramenta para compreensão do teatro por parte do público com deficiência.
“Enxergando o Invisível” iniciou em 2020 em uma residência artística, desde então, já teve mais de 15 apresentações no Amazonas e em locais fora do estado. Agora, com a circulação o projeto busca explorar formas de mediar e incentivar o fomento no teatro para espectadores com deficiências. O objetivo é ir além da integração, buscando uma inclusão ativa e genuína, onde as experiências sensoriais sejam uma contrapartida ao entendimento do teatro, permitindo que todos tenham acesso a arte.
“É necessário entender as demandas específicas das pessoas com deficiência, sem generalizar e retirar a subjetividade daqueles que assistem o espetáculo.” Fala Ananda Guimarães, atriz, palhaça, diretora, professora e pesquisadora da Metodologia Def, é uma referência no cenário artístico do Norte e do Amazonas quando se trata de acessibilidade e interseccionalidade, uma voz ativa na emancipação de pessoas com deficiência no âmbito cultural.
Sobre o Espetáculo
O espetáculo “Enxergando o Invisível” surgiu a partir da contemplação no edital do Sesc Residência. Posteriormente, o projeto foi selecionado para participar de um festival em Minas Gerais e realizou apresentações em diversas programações voltadas para pessoas cegas e de baixa visão. Além disso, foi beneficiado pelo edital Equipa Cultura, o que possibilitou a aquisição de seu próprio aparelho de audiodescrição.
Foto: 📸 Cleuton Mendonça