Centro da cidade volta a ter as ‘novas velhas fachadas de antigamente’

Centro da cidade volta a ter as ‘novas velhas fachadas de antigamente’

Com a retirada de propagandas e de grandes painéis de publicidade de lojas e prédios no perímetro do Centro Histórico de Manaus, uma nova cidade passou a ser revelada e pode ser observada em suas fachadas.

Centro da cidade volta a ter as ‘novas velhas fachadas de antigamente’

Arquiteturas dos anos 1920 e 1950 voltam a ser exibidas com menor poluição visual. A despoluição é um trabalho realizado pela Prefeitura de Manaus, via Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb), e faz parte das ações de revitalização da arquitetura de capital.

“Proprietários, empreendedores e lojistas são participantes desta jornada de construção e revitalização da área onde Manaus nasceu e se expandiu. Os bens de valor histórico e arquitetônico fazem parte da nossa cultura e devemos ter em mente sua proteção, dentro de conceitos atualizados para recuperação urbana e valorização desses espaços.”, disse o diretor-presidente do Implurb, engenheiro Carlos Valente.

O trabalho segue a aplicação do “Manual de Placas – Parâmetros para Publicidade, Bancas e Recomposição de Fachadas no Sítio Histórico e Centro Antigo da Cidade de Manaus” e tem a coordenação da Gerência de Patrimônio Histórico (GPH) do Implurb, com apoio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional Amazonas (Iphan-AM).

Basta um simples passeio a pé pelas avenidas e ruas como Eduardo Ribeiro, Sete de Setembro, dos Barés, Guilherme Moreira, Leovegildo Coelho, José Clemente e Dez de Julho para se perceber um visual diferente, uma paisagem urbana mais limpa e reveladora.

O processo de despoluição visual e de melhoria urbana ganha cada vez mais força em cidades chamadas de “livehability”, boas para se viver.

E ao contrário do que alguns comerciantes, empresários e lojistas tem como conceito de restauração, uma simples pintura renova e permite a conservação da estrutura no conjunto arquitetônico.

 

“Um novo ar ganha a cidade e a rua, especialmente no Centro, onde não se tem o afastamento lateral, onde as construções são todas contínuas. Quando se faz um processo de despoluição visual, acaba se renovando o conjunto arquitetônico por inteiro. E a cidade fica mais agradável para caminhar, comprar, viver”.

O GPH acompanha os processos para licenciamento de publicidade no centro histórico e um simples “antes e depois” revela uma cidade que é construída coletivamente. Prédios até então desconhecidos da população passaram a ser revelados, mostrando sua beleza histórica e arquitetônica.

O “Manual de Placas” ainda permite a padronização para os estabelecimentos comerciais e todos passam a ser vistos com equilíbrio, sem propagandas em painéis desproporcionais.

O documento tem linguagem simples e objetiva, estabelecendo limites e diretrizes para os espaços publicitários, informando parâmetros e padronização de diferentes tipos de placas, painéis comerciais, pinturas de letreiros, letreiros em relevo, colocação de toldos, cartazes e outros.

Além disso, nessas fachadas, na maioria das vezes, é inserida publicidade excessiva, causando poluição visual no centro histórico. Tais alterações desastrosas em bens protegidos e em seus entornos acabam causando a ruptura da composição dos conjuntos de fachadas e ambientes históricos de maior expressividade arquitetônica.

A padronização dos engenhos publicitários, definida no manual, tem como objetivo deixar a fachada mais original possível e revitalização o Centro Histórico de Manaus