O professor da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (EESP FGV), Márcio Holland, visitou, nesta quinta-feira (13), o Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA) com objetivo de conhecer iniciativas de vetores complementares ao Polo Industrial de Manaus (PIM). Holland é o pesquisador responsável pela publicação “Zona Franca de Manaus (ZFM) – Impactos, efetividade e oportunidades”, que aborda a importância da ZFM em uma série de fatores socioeconômicos e ambientais na região.
O pesquisador informou que sua agenda em Manaus conta com visitas a fábricas do PIM, institutos de pesquisa e o governo do Estado. “Essa visita a Manaus tem a ver com o estudo sobre a importância da Zona Franca de Manaus e o que gera de externalidade em geral, mas o foco agora é no que ela pode fazer de mais, justamente com o olhar para o futuro, o que pode ser feito, dado aquilo que todos nós já reconhecemos”, afirmou, acrescentando que uma continuidade do estudo deverá ser construída ao longo de 2020.
Durante a visita, Holland foi recebido pelo gestor do CBA pela Suframa, Fábio Calderaro, acompanhado de pesquisadores da instituição, que apresentou a estrutura atual do Centro, bem como o planejamento da Suframa para a reestruturação do CBA com foco em negócios na bioeconomia. “Estamos direcionados, neste momento, em obter uma solução para a personalidade jurídica do CBA a partir do marco legal da Inovação, que é o principal ponto para dar sequência ao planejamento desenhado para o Centro”, explicou Calderaro.
Após a apresentação institucional e a visita a três laboratórios de pesquisa, Holland declarou que enxerga um grande potencial de transformar o CBA em um hub de inovação do Amazonas em bioeconomia e, inclusive, sugeriu ideias de parcerias que podem ser realizadas com a FGV e a Universidade de Columbia, instituições das quais o pesquisador faz parte. “São parcerias que vêm exatamente ao encontro do que queremos para o Centro e com certeza daremos continuidade nas tratativas”, disse Calderaro.
Externalidades positivas
O estudo “Zona Franca de Manaus – Impactos, efetividade e oportunidades” aponta uma série de externalidades positivas a partir da criação da Zona Franca de Manaus, em 1967, entre elas a constituição do Polo Industrial de Manaus (PIM), o crescimento da renda per capita de Manaus acima da média brasileira, a melhoria da infraestrutura e das condições de moradia da população, a expansão da escolaridade dos trabalhadores da indústria de transformação do Amazonas e, ainda, a correlação negativa entre desmatamento e atividade industrial no âmbito da ZFM – ou seja, o PIM contribuiu para a preservação ambiental do Amazonas.