Câncer de bexiga incide mais em homens, aponta FCecon

População masculina é mais exposta aos fatores de risco da doença, como tabagismo e/ou compostos químicos no ambiente de trabalho

No mês Novembro Azul, a Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), órgão vinculado à Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), alerta para a prevenção e o diagnóstico precoce de doenças que atingem a população masculina, como o câncer de bexiga. A doença incide, principalmente, em homens por estarem mais expostos aos fatores de risco da doença, como tabagismo e/ou compostos químicos no ambiente de trabalho.

O câncer de bexiga é a segunda neoplasia mais frequente no trato urinário, atrás somente do câncer de próstata, alerta o urologista Giuseppe Figliuolo, da FCecon. Segundo ele, o principal sinal do câncer de bexiga é o sangramento urinário, vermelho vivo, com coágulos. “Deve-se buscar auxílio médico imediatamente. As pessoas que fumam têm de três a cinco vezes mais chances de desenvolverem câncer de bexiga”, ressalta.

Diagnóstico

O médico urologista informa que o diagnóstico é sempre baseado nos sintomas, sinais e exames de imagem. Ele cita a ultrassonografia da bexiga, em que é possível identificar uma imagem suspeita – lesão vegetante semelhante a uma couve-flor –, devendo a pessoa ser encaminhada ao médico especialista para realizar o tratamento adequado. 

“O Novembro Azul é um mês para sensibilizar e alertar para a saúde do homem, que também deve ficar atento para o câncer de pênis – associado a falta de higiene e fimose –; de testículo, comum em indivíduos jovens, entre 15 e 35 anos, tendo como sinal o nódulo no testículo”, frisa Figliuolo.

Incidência

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), órgão do Ministério da Saúde (MS), são estimados 50 novos casos de câncer de bexiga em homens para o Amazonas, em 2023. Na Fundação Cecon, os homens são a maioria em tratamento – 76%, com idade entre 50 a 70 anos, com histórico de tabagismo – 70%, portadores de hipertensão – 41%, diabetes – 26%, e com antecedentes de câncer na família – 36%.

Os dados são da pesquisa “Perfil clínico e epidemiológico de pacientes diagnosticados com câncer de próstata de baixo risco atendidos em uma unidade terciária de atenção à saúde no Amazonas”, realizada no âmbito do Programa de Apoio à Iniciação Científica (Paic/FCecon). Os estudos são conduzidos pela estudante de medicina da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Hannah Mendonça Cohen, e coordenados pelo urologista Giuseppe Figliuolo, da FCecon.

Financiamento

A pesquisa recebe o financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), conta com 41 pacientes e está sendo desenvolvida desde o ano de 2022. O estudo analisa o perfil sociodemográfico, clínico e epidemiológico dos pacientes diagnosticados com câncer de bexiga na FCecon, no período de 2017 a 2023.

Conforme Cohen, o estudo é importante para apurar os dados específicos desse grupo de pacientes e conhecer suas características físicas, étnicas, hábitos de vida, relações sociais e principais queixas sintomáticas. “Com essas informações será possível melhorar o planejamento e intervenção da doença de forma precoce, através do rastreio de informações específicas e comuns aos doentes acometidos”, explica.

Causa

Segundo Cohen, outra provável causa para a incidência maior do câncer de bexiga em homens é a grande produção de hormônios sexuais, que acaba reduzindo a quantidade de células T CD8 no sistema imune, as quais são necessárias no combate tumoral.

Sintomas

O principal sintoma relatado pelos pacientes em atendimento na unidade hospitalar, relatou Cohen, foi a hematúria (63%) – sangue na urina; seguido de anúria (7%) – consiste na diminuição ou supressão da secreção da urina; e lombalgia (2%). Apenas 10% dos pacientes relataram ser assintomáticos, ou seja, não apresentam sintomas.

Congresso

A pesquisa será apresentada no Congresso Brasileiro de Urologia, que acontece nos dias 18 a 21/11, no Centro de Convenções de Salvador (BA).

Fonte: FCecon e SES-AM

Foto: Luís Mansueto/FCecon e Rodrigo Santos/SES-AM