Segundo matéria do G1 do dia 09/03 (ver aqui), o Brasil pediu ajuda pra China por causa de uma possível falta de vacinas em todo o país. Esse fato pode dar início a corrida pela compra de vacinas entre governo federal, estadual e municipal. (ver matéria aqui)
– E é dada a largada para 2022!
Entendendo a corrida
Foi decretado que, caso o Ministério da Saúde não cumpra o Programa Nacional de Imunização (PNI), os governadores e prefeitos podem comprar as vacinas para seus estados e municípios.
– Só tem uma questão, mesmos sendo compradas pelos governadores ou prefeitos, a conta vai pro presidente.
E, com essa notícia fica caracterizado que, mais uma vez, o planejamento do Ministério deu errado. O fato abre a prerrogativa para os governadores e prefeitos entrarem em uma corrida desenfreada pela fama e gerar outra confusão nacional com os cofres públicos.
O problema poderia ter piorado se os prefeitos tivessem seguido as recomendações do ministro Pazuello para usarem todas as doses das remessas e vacinar o maior número possível de pessoas. Na ocasião, o ministro garantia a segunda dose em tempo hábil. (ver aqui)
– Outro agravante com essa notícia é a posição diplomática do Brasil perante o mundo e a China.
Para o cientista político Helson Ribeiro Filho “a política de Bolsonaro nunca foi a de suscitar parcerias frutíferas para o Brasil e que esse ofício mostra a preocupação do presidente com as eleições de 2022 e uma suposta imagem negativa durante a campanha”.
Helson lembra ainda, que o presidente Bolsonaro e seu filhos não mediram esforços para ofender vários chefes de estado ou países ao longo desses dois anos e a china foi um alvo constante.
Vamos lembrar algumas delas?
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Essas são algumas amostras do estilo diplomáticos que o Brasil vem usando. Não bastando, o presidente da Câmara Federal, também enviou um “pedido de socorro” ao governo chinês. Arthur Lira (PP-AL) pede, em carta, um “olhar solidário” para o Brasil.
Vamos esperar a resposta da China e ver se o Brasil para, temporariamente, a vacinação ou consegue apoio para continuar o plano político.