Braga se cala sobre ausência em jantar com Lula

Líder do MDB no Senado e presença confirmada no jantar que lideranças de seu partido marcaram, nesta segunda-feira (11), com o ex-presidente Lula, o senador Eduardo Braga não compareceu ao evento e decidiu se calar sobre os motivos de sua ausência. A verdade é que, desde a CPI da Covid no Senado, o senador tem se esquivado de demonstrar uma oposição ostensiva ao governo Bolsonaro. Talvez por medo de que sua já alta rejeição se amplie ao desagradar o passional eleitorado bolsonarista amazonense.

NA CPI, TOMOU DORIL

Braga iniciou os trabalhos na CPI da Covid fazendo parte do G7, grupo de senadores que agiu combativamente na denúncia de irregularidades e desmandos do Governo Federal durante o enfrentamento da pandemia. Diante da reação raivosa das hostes bolsonaristas, direcionadas aos senadores oposicionistas, ficou algumas semanas sem comparecer às sessões e, quando retornou, optou por uma postura mais neutra e menos combativa, levando o grupo de oposição a passar a se autodenominar G6.

AINDA ASSIM NÃO AGRADOU AO MITO

Mesmo tendo baixado o tom, se definindo como “independente” e ficando de fora da tropa de choque que proferiu duros ataques ao governo Bolsonaro, Eduardo Braga não conseguiu imprimir a postura de isento na opinião do presidente. Foi colocado no mesmo time de Omar Aziz (PSD) nos recentes ataques que Bolsonaro proferiu aos senadores pelo Amazonas por ocasião da redução do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI), que tanto prejudica a Zona Franca de Manaus.

SILÊNCIO DÁ MARGEM A ESPECULAÇÕES

Ao optar pelo silêncio – o REBOJO foi solenemente ignorado ao tentar cumprir seu dever de ofício de saber do próprio senador os motivos da ausência no compromisso que havia confirmado –, Eduardo Braga abre espaço para especulações e conjecturas. Ao que parece, o senador, que foi ministro de Dilma (PT) e entoou loas à parceria que firmou com o então presidente Lula quando era governador, não quer mesmo arriscar ter sua imagem novamente associada ao PT.

TEMPO DE CALMARIA…

Na esfera local, após a intensa movimentação causada pela janela partidária e pelo fim do prazo para que os políticos que desejam concorrer a um cargo nas eleições deste ano estivessem filiados ao partido pelo qual desejam se eleger, há uma certa sensação de calmaria no ar. Não se engane, entretanto, o caro leitor. As negociações, acordos e conchavos seguem ocorrendo, mas de maneira mais silenciosa.

…ATÉ AS CONVENÇÕES

O clima deve voltar a esquentar quando se aproximar o prazo para a realização das convenções partidárias, que esse ano devem ocorrer entre 20 de julho e 5 de agosto. É nesse período que alguns mistérios serão solucionados. É também quando será respondida a pergunta que não quer calar: quem vai indicar o vice de Wilson Lima (UB) é o Avante de David Almeida ou o PL de Alfredo Nascimento, coronel Menezes e Jair Bolsonaro?

“NEGÃO” INFLUENCER

Enquanto isso, o pré-candidato ao Governo do Estado Amazonino Mendes (Cidadania) segue com sua aposta de investir na popularidade nas redes sociais para conquistar cada vez mais seu eleitorado. Nesta terça-feira (12), o “pai que tá sempre on” publicou uma foto-teaser de mais uma receita que vai ensinar a seus seguidores. “Hoje a macarronada foi preparada pelo chef Amazonino. Ele manja mesmo dos paranauê (sic)! Confira o vídeo amanhã na horinha do almoço! #JeitoAmazoninoDeSer”, diz a postagem do pré-candidato e influenciador digital.

ACLAMADO PARA MANDATO-TAMPÃO

Foi por aclamação que o Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) decidiu que o comando da Corte será conduzido no mandato-tampão, que vai de julho a dezembro, pelo desembargador Flávio Pascarelli na presidência, com a desembargadora Graça Figueiredo como vice-presidente e o desembargador Ernesto Chíxaro como corregedor.

CHEIA DO NEGRO

Após três dias apresentando níveis acima dos registrados na mesma data em 2021, o Rio Negro ficou um centímetro abaixo do nível registrado em 12 de abril de 2021, nesta terça-feira (12). No mesmo dia 12 de abril, em 2021, ano da maior enchente já registrada em Manaus, o nível do rio registrava 27,92m; nesta terça-feira (12), chegou a 27,91m, um centímetro abaixo do nível apresentado na mesma data no ano da cheia recorde.

MAIS CHEIO QUEM EM 2021

Nos últimos três dias, entretanto, o Rio Negro apresentou níveis mais altos do que em 2021. No dia 8 de abril, se igualou ao nível de 2021, com 27, 70m. Já no sábado (9), ultrapassou o nível do ano passado, chegando a 27,76m, contra 27,75m de 2021. No domingo (10) ampliou a diferença para dois centímetros, registrando 27,82m contra 27,80m em 2021. Na segunda-feira (11) voltou a ficar um centímetro acima do nível registrado em 2021, com 27,87m contra 27,86m.

NÃO ULTRAPASSA 2021

Ainda que esteja apresentando níveis semelhantes, e até superiores, aos da cheia histórica de 2021, a previsão do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), que monitora o movimento de subida e descida das águas dos rios de forma científica, é que o Negro não alcance ou ultrapasse o nível da cheia recorde de 2021, quando registrou a cota máxima de 30,02m. De acordo com os prognósticos do CPRM, o rio deve chegar a 29,4m.

DPE VISITA CIDADES ATINGIDAS

Com o objetivo de acompanhar as ações desenvolvidas pelas prefeituras, bem como propor alternativas para auxiliar as famílias afetadas pelas cheias no Amazonas, o Grupo de Trabalho Enchentes 2022 (GT Enchentes) da Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM) iniciou uma série de visitas aos municípios que já são ou serão impactados pela cheia dos rios este ano.

POST SCRIPTUM

Após o fechamento do REBOJO, o senador Eduardo Braga (MDB) postou em suas redes sociais uma foto com o ex-presidente Lula, informando que teve uma conversa de amigos com o petista. “Hoje estive com o ex-presidente Lula conversando sobre o futuro do Amazonas e do Brasil. Na pauta, a Zona Franca de Manaus, novos modelos econômicos, AM-010 e BR-319”, postou o senador. Ou seja, preferiu um encontro privado do que participar do jantar com a ala insurgente do MDB.