O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, externou profundo pesar pela morte do ex-deputado federal Caio Nárcio, (PSDB-MG), que com apenas 33 anos foi mais uma vítima fatal da Covid-19, e irá decretar luto oficial de três dias na cidade. O ex-deputado mineiro estava internado no Hospital das Clínicas, em São Paulo, para tratamento de meningoencefalite, quando foi diagnosticado com o novo coronavírus vindo a falecer neste domingo, 16/8.
“Hoje perdi um jovem amigo, filho de outro grande amigo, o também ex-deputado federal Nárcio Rodrigues. Como parlamentar buscou seguir os passos do pai, mas teve sua vida ceifada pela Covid. Tenho um grande carinho por todos da família e deixo meus sinceros sentimentos”, disse o prefeito de Manaus.
Ao deixar sua solidariedade à família, Virgílio também fez duras críticas ao presidente Bolsonaro e à política de saúde nacional que, segundo ele, não dá a devida importância ao enfrentamento da pandemia, menosprezando a doença e o elevado número de mortes.
“Tenho um grande carinho por todos da família e deixo meus sinceros sentimentos. Essa perda só reforça a preocupação que demonstro diariamente com uma doença que o país não está tratando com seriedade e faz com que o perigo continue rondando a todos nós. Bolsonaro segue falhando vergonhosamente no combate ao coronavírus sem dar a mínima importância ao sofrimento de quase 110 mil famílias que choram a morte de seus entes queridos. Atitude deplorável para um presidente de uma nação como o Brasil”, comentou Arthur.
Caio Nárcio deixa a esposa grávida de cinco meses. Ele exerceu o cargo de deputado federal entre 2015 e 2019 e era uma das novas lideranças políticas do Brasil.
Posicionamento
Arthur Virgílio Neto tem se posicionado com firmeza contra as ações do governo federal desde o início da pandemia. Para ele um dos motivos de Manaus ter falhado na questão do isolamento social se deve ao fato do presidente Bolsonaro tratar do assunto com desdém e incentivar que as pessoas continuassem nas ruas.
Ele também repudia a forma com que o presidente vem falhando na atenção com as etnias indígenas e os povos tradicionais da Amazônia durante a pandemia, assim como, em relação à política ambiental, a qual chama de “desastrosa” e permite queimadas, avanço de garimpos em terras indígenas e o desmatamento crescente na região.