A plataforma “Lagos da Amazônia” monitora temperaturas críticas nos ecossistemas aquáticos da região.
Lagos na Amazônia registram temperaturas recordes em agosto
O monitoramento de 23 lagos na Amazônia mostrou um aumento preocupante nas temperaturas em agosto, acionando um alerta para a fauna local. Segundo a plataforma “Lagos da Amazônia”, desenvolvida pelo WWF-Brasil e MapBiomas, a média de temperatura dos lagos foi a mais alta dos últimos cinco anos, afetando ecossistemas vulneráveis. Em 2023, o aquecimento dessas águas contribuiu para a morte de 330 botos, e o aumento contínuo traz sérias ameaças à biodiversidade da região.
Aquecimento escalonado preocupa especialistas
A plataforma apontou que 12 lagos da Amazônia já ultrapassaram as temperaturas registradas em 2023, quando botos cor-de-rosa e tucuxi morreram após as águas dos lagos Tefé e Coari atingirem 40°C. O Lago Cabaliana, por exemplo, registrou 31,74°C no final de setembro deste ano, representando um aumento significativo em relação à média dos últimos cinco anos. Segundo Mariana Paschoalini Frias, analista de conservação do WWF-Brasil, a combinação de altas temperaturas e secas severas tem deixado esses lagos vulneráveis.
Impactos do superaquecimento na fauna aquática
A exposição contínua dos lagos a altas temperaturas já está causando estresse em várias espécies de animais. As secas intensificam os efeitos do aquecimento, reduzindo o nível de água e alterando os ciclos naturais dos nutrientes e da temperatura. Além disso, a turbidez da água e o excesso de radiação solar complicam ainda mais a situação. A força-tarefa, que inclui pesquisadores do Instituto Mamirauá e ICMBio, monitora de perto a fauna para evitar novos desastres, como o ocorrido com os botos em 2023.
Monitoramento e medidas preventivas
Os dados são capturados por satélites e analisados por sensores avançados, permitindo uma ação preditiva e coordenada nas áreas mais vulneráveis. A combinação dos sensores Modis e TIRS oferece uma imagem detalhada do comportamento térmico desses lagos, permitindo que equipes em campo ajam rapidamente diante de alertas. O objetivo é garantir que a biodiversidade desses ecossistemas seja preservada e evitar novas tragédias ambientais.
Fonte: Agência Brasil
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