RIO – A Petrobras fechou o ano de 2018 com lucro líquido de R$ 25,8 bilhões, o primeiro após ter amargado prejuízos por quatro anos seguidos em decorrência da crise provocada por revelações da Operação Lava-Jato e pela queda dos preços do petróleo. Segundo balanço financeiro divulgado na noite desta quarta-feira, o lucro registrado no ano passado foi o maior desde 2011, quando a estatal teve lucro líquido de R$ 33,3 bilhões.
No 4º trimestre de 2018, a companhia teve lucro líquido de R$ 2,1 bilhões, contra prejuízo de R$ 5,47 bilhões no mesmo período de 2017. Analistas de bancos e corretoras projetavam lucro na faixa de R$ 8 bilhões.
Entre outubro e dezembro, o balanço da Petrobras aborveu impacto negativo de R$ 5 bilhões em contingências judiciais. Grande parte do valor se deve à unificação de vários campos que formam o chamado Parque das Baleias, na Bacia de Campos, mas que ficam no litoral do Espírito Santo. Após quase cinco anos de discussão com a Agência Nacional do Petróleo (ANP), a Petrobras aceitou pagar R$ 3,1 bilhões em Participações Especiais (PEs) ao Espírito Santo e a vários municípios.
Também pesou o provisionamento para processo de arbitragem movido pela Vantage Deepwater contra a Petrobras. Outro peso foram os R$ 6,4 bilhões em baixas contábis (reavaliação do valor real do patrimônio da empresa), aplicados a ativos como campos de produção de óleo e gás e navios da Transpetro.
A queda de 33% da cotação do barril de petróleo do tipo Brent no 4º trimestre também teve impacto negativo no balanço da estatal, além da redução das margens nas vendas de derivados.
A companhia vem em processo lento de recuperação e redução da dívida nos últimos três anos. O resultado positivo no ano anterior se deu apesar de obstáculos como a greve dos caminhoneiros em maio, que acabou culminando na saída de Pedro Parente da presidência da Petrobras, por conta das fortes críticas recebidas em função da política de reajuste de preços dos combustíveis.
Na terça-feira, a Petrobras anunciou medidas que visam à redução de custos . Entre elas está o lançamento de um programa de demissão voluntária (PDV), dois anos depois da última iniciativa nesse sentido. A estatal também confirmou a desocupação, até junho, dos sete andares alugados pela Petrobras, na Avenida Paulista, um dos endereços mais valorizados de São Paulo.
Fonte: O Globo