O deputado estadual Angelus Figueira (DC) protocolou nesta terça-feira (15), na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), pedido de Audiência Pública para discutir e propor um plano estratégico para resolver, a médio e longo prazo, os problemas hídricos que há décadas poluem o maior patrimônio do Amazonas: sua água. De acordo com o parlamentar, é preciso vontade política para fazer o ‘dever de casa’ e parte da solução está em um laboratório da Universidade do Estado do Amazonas (UEA).
Durante pronunciamento na Aleam, Figueira mostrou imagens do final de semana em Manaus que evidenciam o quão poluídos estão os igarapés e ruas de Manaus, afetados não somente em decorrência da maior cheia da história, mas em virtude dos dejetos jogados nas águas, entre outros problemas.
Angelus Figueira acredita que, a exemplo dos rios Sena (que fica no norte de França, banha a capital, Paris e deságua no Oceano Atlântico), e do Amstel (principal rio de Amsterdã e dos Países Baixos), ambos na Europa, é possível mudar a situação no Amazonas.
“Tantos rios no mundo já estiveram numa situação próxima a nossa e hoje tem peixe, as coisas lá mudaram. O que nós precisamos é fazer o dever de casa. É muito fácil discutir as questões agudas, até porque todos estão envolvidos, mas as questões crônicas, que vêm de anos e culturalmente ficaram aí, dão mais trabalho. E para esse enfrentamento precisamos de uma verdadeira revolução que a Assembleia Legislativa tem que protagonizar”, defendeu.
Solução caseira
Angelus Figueira esteve no laboratório da Universidade Federal do Amazonas (UEA) para discutir a acidificação do rio Amazonas a partir de Manaus. Com o professor doutor Sérgio Duvoisin Junior, o parlamentar conheceu o gráfico que pontua as águas dos dois grandes mananciais do São Raimundo e Educandos, respectivamente nas Zonas Oeste e Sul.
“Tive a satisfação de ouvir do Dr. Sérgio, responsável pelo laboratório da UEA, que alguns experimentos já foram feitos e podem melhorar, em muito, a qualidade da água que Manaus e os grandes municípios do Amazonas impactam. Lamentavelmente, em alguns trechos dentro de Manaus, tivemos uma pontuação assustadora de menos de vinte pontos. A pontuação vai de 0 a 100, sendo esse último o que seria a água ideal. E é isso que nós estamos deixando para gerações futuras se providências não tomarmos”, alertou Figueira.
Resposta para o mundo
Angelus Figueira defendeu que o Amazonas precisa de um plano estratégico gradativo e até da criação de uma secretaria para fazer frente ao problema hídrico no Estado. Para tanto, serão necessárias múltiplas ações com educação, saúde e saneamento para um programa eficaz.
“Até porque a abordagem dessa questão não se faz de forma acelerada, mas considero fácil tomarmos providências. Nós precisamos é ter isso como um objetivo. E eu tenho certeza de que essa Casa há de protagonizar essa história, porque é mais do que uma responsabilidade com o que é nosso patrimônio maior, a água. Isso do ponto de vista mineral, do ponto de vista da sobrevivência do homem amazonense, mas acima de tudo um respeito para com a saúde, com a economia, com o Estado do Amazonas”, concluiu Figueira.
Atores
A propositura do deputado Angelus Figueira tem como objetivo realizar Audiência Pública na Comissão de Geodiversidade, Recursos Hídricos, Minas, Gás, Energia e Saneamento (Comapa) para debater sobre projetos estratégicos para prevenção e zelo com os Recursos Hídricos do Amazonas.
Serão convidados para a audiência representantes do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), Agência Nacional de águas (ANA), Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), Prefeitura de Manaus, Governo do Amazonas, Companhia de Saneamento do Amazonas (Cosama), empresa Águas de Manaus, Ministério Público Federal (MPF), Ministério Público Estadual (MP), professor-doutor Sérgio Duvoisin Junior da UEA, representantes da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e faculdades particulares, bem como representantes da sociedade civil.