Ana Carolina de Jesus Azevedo (Orcampi) é uma das velocistas brasileiras que vai brigar por vaga olímpica em prova individual e no revezamento 4×100 m verde e amarela.
A atleta participou do Camping Nacional de Treinamento de Provas de Revezamento, no fim de janeiro, no Centro Nacional de Desenvolvimento do Atletismo (CNDA), em Bragança Paulista (SP), como integrante do 4×100 m. Foi o seu quarto camping com a equipe nacional de velocidade.
“Quanto mais meninas correrem abaixo dos 11seg30, 11seg20 melhor. Vai ser um excelente revezamento. A gente tem chance de se qualificar, de final olímpica e de medalha. Quanto mais sincronia a gente tiver melhor vai ser”, disse Ana Carolina.
Acrescentou que seu foco principal está nos 200 m, prova que tem bastante resistência. “Venho pensando no índice olímpico dos 200 m – estou mais perto da tão sonhada marca de 22seg80. Vai sair este ano se Deus quiser. O meu objetivo para 2021 é buscar o índice olímpico na prova ou a vaga pelo ranking de pontos.”
A velocista fez uma excelente temporada em 2020. Em dezembro, foi campeã do Troféu Brasil Caixa de Atletismo nos 200 m, com 23seg01 (0.0), no pódio que teve também Vitória Rosa (Pinheiros), com 23seg06, e Gabriela Silva Mourão (Futuro Olímpico Arnaldo de Oliveira), com 23seg73. Nos 100 m, Ana Carolina ficou com a medalha de prata, mas numa final eletrizante e decidida na fotografia de chegada. Vitória Rosa, ouro, e Ana Carolina completaram os 100 m em 11seg41 (-0.7).
No Brasileiro Caixa Sub-23, também em dezembro de 2020, Ana Carolina foi eleita a melhor atleta da competição ao lado de Felipe Bardi dos Santos (SESI). A velocista venceu os 100 m, com 11seg33 (0.8), superando o recorde do campeonato que era de Vanusa dos Santos, obtido em 2012. Nos 200 m, ela melhorou duas vezes o recorde do campeonato. Na semifinal, completou a prova em 23seg45 e depois completou a final em 23seg08 (0.1), recorde pessoal. Ana Carolina ainda integrou os revezamentos campeões do 4×100 m e do 4×400 m.
Ana Carolina treina com o grupo de Katsuhico Nakaya, técnico e ex-atleta olímpico, no Núcleo de Alto Rendimento (NAR), em São Paulo, e disse que se inspira na colega Ana Claudia Lemos da Silva desde que era adolescente. “Muito bom estar no mesmo grupo que ela, me passa experiência.” Nakaya acredita que Ana Carolina pode correr os 200 m abaixo dos 23 segundos e também melhorar nos 100 m. Disse que o importante para formar um bom revezamento 4×100 do Brasil é justamente investir na performance individual de cada atleta. “O nosso foco é no que cada uma pode fazer. Nem estou preocupado com a vaga olímpica porque sei que temos todas as condições de qualificação, mas sim em melhorar cada atleta individualmente”, disse o treinador, velocista nos Jogos Olímpicos de Moscou-1980 e Los Angeles-1984.
A seleção feminina do revezamento ainda não tem qualificação assegurada nos Jogos Olímpicos. Para conquistar a vaga, precisa se colocar entre as 16 melhores do mundo até junho. Mas essa posição pode mudar, se algum país colocar dois ou mais times dentro desse grupo, até o fechamento do ranking. Outra possibilidade de classificação da equipe nacional é ficar entre as 8 finalistas do Mundial de Revezamentos da Polônia.
Fonte: Agência Brasil