Gaitano Antonaccio
Incontestavelmente, a Amazônia vem sendo invadida por meio de pessoas físicas e órgãos internacionais, onde várias Organizações Não Governamentais atuam livremente no campo do mapeamento das riquezas e da biodiversidade da Região, praticando o contrabando de espécies da flora e fauna, sem que se tenha um rígido controle dessa descarada pirataria ambiental. São milhões de hectares vendidos descontroladamente, o que representa a conquista silenciosa de várias áreas riquíssimas, sem que os conquistadores desperdicem uma bala ou bomba de extermínio, vencendo dos amazônidas uma guerra silenciosa e criminosa.
Não se pode atestar, convictamente, que existem especialistas sobre a Amazônia, a não ser alguns estudiosos e historiadores consagrados, criadores de teses inteligentes e definições acertadas e valiosas sobre alguns fenômenos inerentes ao clima, ao solo, subsolo, biodiversidade e os mistérios que se agasalham nos seus rios, riachos, igarapés e na sua densa floresta tropical. Esse conjunto de informações por vezes desencontradas pelas especulações de quem jamais pisou na região, provoca um desconhecimento generalizado ao mundo científico, dissociado da verdade e da realidade que existe de fato, assustando a humanidade com notícias mentirosas ou fantasiosas, e que são publicadas na mídia desavisada, e em busca de notícias fantásticas.
Recentemente, por exemplo, a Revista americana Science publicou um estudo do Instituto Smithsonian (?) e do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA, afirmando que o desmatamento da floresta tropical da Amazônia deveria atingir até o ano 2020, entre 25 a 42%, o que se realmente tivesse ocorrido, estaríamos hoje, habitando um novo Saara! No mínimo essa é uma das informações estapafúrdias, com a intenção clara e evidente de colocar a comunidade internacional contra a Região, a fim de justificar a pretensa invasão contra a nossa soberania. Se fizermos uma pesquisa honesta, com certeza no período acima nasceu uma nova floresta sobre a que existia e disso nenhum veículo de comunicação se preocupou em informar.
O general de Exército, que também comandou o Exército na Amazônia, Luiz Gonzaga Schroeder Lessa, quando esteve na Região proferiu palestras magníficas e contundentes sobre o assunto, alertando as classes empresariais, os políticos acomodados, o povo e todos os que ouviam suas informações sobre os meios e formas de se preservar e defender a Amazônia. Existe uma cobiça que se avoluma em todos os sentidos, e aumentou com a inclusão da internet, para promover a invasão da Amazônia, e os que amam a região, os seus verdadeiros defensores, precisam ficar atentos para o que dizem e planejam as autoridades do mundo desenvolvido, que não dão tréguas com críticas repetidas e fantasiosas para torná-la uma propriedade internacional.
A Amazônia sempre tem sido convocada para colaborar nas crises brasileiras, e, mesmo esquecida pela distância geográfica, dos grandes centros desenvolvidos e sem acesso a uma efetiva integração nacional, sofre discriminação até mesmo nos textos das leis emanadas para incentivar o crescimento e o desenvolvimento, e apesar de não atenderem aos seus apelos justos e incontestáveis, ela continua progredindo no cenário da Pátria. Atualmente, com a Zona Franca e a criação do Polo Industrial de Manaus, que representa inexoravelmente uma grande trava nas importações de vários produtos fabricados no Amazonas, a região continua a ser tratada como um planeta florestal em extinção. Acrescente-se ainda o fato de ser proprietária de um manancial de águas doces, capaz de saciar a sede da humanidade, com uma riqueza imensurável a ser explorada para alavancar a Economia regional e nacional.
A floresta amazônica se estende por uma área aproximada de 5, 5 milhões de quilômetros quadrados, abrangendo a região Norte, estendendo-se aos estados do Acre, Amazonas, Rondônia, Pará, Mato Grosso, Amapá, Tocantins e parte do Maranhão. Possui um clima equatorial com chuvas abundantes e se apresenta com grande umidade. Sua vegetação em mata de terra firme, se divide entre igapós, várzeas e árvores que atingem aproximadamente até 60 metros de altitude. A floresta acumula a maior reserva de biodiversidade do planeta, com mais de trinta mil espécies de plantas, dotada de uma fauna exuberante e rica, com destaque para aves como tucanos, araras, além de pacas, cutias, diversas espécies de répteis e milhões de insetos.
Estudando, cientificamente, a região, o pesquisador baiano, Dr. Hermenegildo Lopes de Campos escreveu na obra Climatologia Médica do Estado do Amazonas, que o Estado do Amazonas possui uma superfície maior do que a Alemanha, Áustria, Hungria, Espanha, Holanda, Bélgica, Suíça, Portugal e suas ilhas todas reunidas. Observa o médico baiano, que o solo é plano, com cordilheiras, pequenas serras de terras firmes e altas. Alerta que nas terras inundáveis (no período das cheias), cortadas pelos igapós, lagos, rios e riachos, serras e campos, repousam as esperanças de uma grande pecuária, ressaltando, por fim, que nenhum pais no mundo possui maior bacia hidrográfica com tantos influentes complicados, como a Amazônia. Além do Dr. Hermenegildo, outros estudiosos como o professor Agnelo Bittencourt que define o Amazonas como uma região imensa e assombrosa, vindo em sua ajuda, o historiador Tenreiro Aranha, afirmando que a região vai de Tabatinga, na fronteira do Per, até Maracá-Assú, limitando-se com Estado do Pará, numa imensidão que deslumbra os olhares do mundo!
*Conselheiro da Fundação Panamazônia, membro das Academias: de Letras, Ciências e Artes do Amazonas – ALCEAR, Ciências e Letras Jurídicas do Amazonas, da Brasileira de ciências Contábeis, de Letras do Brasil, de Letras e Culturas da Amazônia – ALCAMA; correspondente da Academia de Letras do Rio de Janeiro, idem do Instituto Geográfico e Histórico do Espírito Santo e outrosn
