Vigilâncias avaliam condições sanitárias de embarcações regionais

Preocupação das três esferas de governo, o controle sanitário das embarcações regionais é tema de seminário promovido, em Manaus, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), com a participação de técnicos da Vigilância Sanitária municipal (Visa Manaus).

 

O evento, aberto na tarde desta segunda-feira, 9/12, no auditório do Palacete Provincial, no Centro Histórico de Manaus, tem como objetivo avaliar resultados de inspeções, vistorias, auditorias e pesquisas sobre o risco sanitário e discutir estratégias para aumentar a segurança sanitária no transporte fluvial da região Norte.

 

“Embora o controle sanitário nos portos alfandegários esteja na esfera da vigilância sanitária federal, o município pode contribuir com as discussões, ajudando a pensar alternativas, dinâmicas e projetos voltados para aumentar a segurança à saúde da população, que utiliza os barcos para locomoção”, disse a diretora da Visa Manaus, Maria do Carmo Leão, durante a abertura do evento.

 

De acordo com o coordenador regional de Vigilância Sanitária de Portos, Aeroportos, Fronteiras e Recintos Alfandegários do Amazonas (CRPAF-AM), Jerfeson Caldas, as discussões, que seguem até esta terça-feira, 10, abrangem os itens de controle sanitário relativos a embarcações e viajantes. Entre esses itens estão limpeza e higiene dos ambientes, descarte de resíduos sólidos, oferta de água potável, controle de vetores, alimentação e climatização.

 

“Controlar essas condições traz benefícios diretos à população que utiliza esses serviços”, informou Caldas, acrescentando que a estimativa é de que mais de 2 milhões de passageiros se desloquem usando embarcações na região Norte a cada ano.

 

Ele conduziu, junto com o inspetor sanitário da CRPAF-AM, Altermir Belém, os resultados das inspeções em embarcações regionais nos últimos anos. Altermir destacou que apesar do esforço de fiscalização, várias embarcações cometem infrações como, por exemplo, descartar dejetos na beira do rio. “Precisamos discutir isso com três esferas da vigilância e com outros que puderem somar para a redução dessa prática”, pontuou. O inspetor também citou o controle da água como uma questão ainda crítica nos barcos, que não dispõem de instalações hidráulicas exclusivas para água potável.

 

O assunto foi expandido com um perfil sanitário das embarcações mistas (de cargas e passageiros) que trafegam pelos rios do Amazonas, apresentado pelo professor Takeshi Matsuura, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), e pela exposição da atuação da Marinha nas embarcações regionais, feita pelo 1º. tenente Felipe de Queiroz Oliveira, da Divisão de Inspeção Naval da Capitania dos Portos do Amazonas.

 

Os temas que serão abordados no segundo dia do evento incluem a regulação do transporte fluvial, o armazenamento de cargas em embarcações mistas, o gerenciamento de efluentes sanitários nessas embarcações, os impactos dos resíduos lançados nos rios e a importância de um plano de gestão de resíduos sólidos, além da qualidade da água ofertadas nos portos para abastecimento e boas práticas de manipulação de alimentos servidos a bordo.

 

“Assim como a Anvisa, entendemos que estas são temáticas fundamentais, especialmente no nível local, onde os rios são nossas estradas”, destacou a diretora da Visa Manaus, Maria do Carmo Leão.