Falta de investimentos na Reman penaliza economia amazonense, diz Eduardo a presidente da Petrobras

O senador Eduardo Braga (MDB/AM) pressionou o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, nesta terça-feira (13/08), a dar uma resposta definitiva sobre o destino da Refinaria Isaac Sabbá (Reman), localizada no Distrito Industrial de Manaus. Segundo o parlamentar, a falta de investimentos e de atualização tecnológica da unidade só tem gerado prejuízos à economia amazonense.

Fundada em janeiro de 1957 pelo empresário Isaac Sabbá, em cerimônia com a presença do presidente Juscelino Kubitschek, a Reman foi incorporada ao Sistema Petrobras em maio de 1974. Em abril deste ano, a estatal anunciou que a unidade será colocada à venda, assim como mais sete refinarias, pois faz parte de ativos considerados não estratégicos.

“A Reman está no plano de desinvestimento da Petrobras, ainda que a estatal não tenha feito nada para recuperá-la. Há algum interessado em comprar a refinaria? Se tem, que se oficialize a venda o mais rápido possível. Se não tem, que a Petrobras nos esclareça o que vai fazer”, disse o parlamentar ao titular da empresa durante audiência pública realizada pela Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) do Senado.

Eduardo lembrou que o desinteresse da empresa em investir na unidade já motivou a inauguração de dois terminais hidroviários no estado, cuja principal função é importar combustível. “A economia do Amazonas, estado produtor de gás e óleo, vem sendo penalizada porque não houve a modernização da Reman”, afirmou.

O senador questionou, ainda, Castello Branco a respeito da Província Petrolífera de Urucu, que há 10 anos não conta com investimento da Petrobras para pesquisa e prospecção. “Não havendo a venda Reman, a estatal voltará a investir nela e em Urucu?”, perguntou Eduardo.

Ao senador e aos demais presentes na audiência pública, Castello Branco afirmou que a venda da unidade será ainda lançada. Caso não surjam empresas ou grupos dispostos a pagar o preço que será cobrado por ela, disse o dirigente, a Petrobras ficará com a Reman e nela fará os investimentos necessários. “Sobre Urucu, eventualmente, vamos estudar para ser objetivo de nossos investimentos”, completou.

Gasoduto – Ainda na audiência, Eduardo criticou a decisão da Petrobras de vender o gasoduto Urucu-Coari-Manaus sem ter concluído o seu plano de expansão.

“A empresa fez um investimento de 800 quilômetros e garantiu a entrega de 5,5 milhões de metros cúbicos de gás natural em um gasoduto com uma capacidade para transportar 11 milhões de metros cúbicos. A extensão de 140 quilômetros, incluindo a bacia do Rio Juruá, duplicaria essa capacidade. ”

Eduardo referiu-se aos planos da estatal de construir um gasoduto para explorar as reservas de Araracanga, no Rio Juruá, até o Polo Arara, em Urucu (Coari).