11 de outubro data alerta para prevenção à obesidade

Estudos apontam que Manaus é a capital da obesidade no Brasil e especialista explica que problema pode estar relacionado com fatores emocionais

A taxa de obesidade no Brasil passou de 11,8% para 19,8%, entre 2006 e 2018, de acordo com a Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), divulgada em 2019 pelo Ministério da Saúde.

Segundo o estudo, a capital com o maior índice de obesidade é Manaus, com 23% de prevalência. Na outra ponta, o menor índice foi São Luís, com 15,7%. O ministério destacou que, no ano passado, ocorreu uma inversão quanto ao recorte de gênero. Diferentemente do padrão verificado até então, identificou-se um nível maior de obesidade entre as mulheres. A percentagem foi de 20,7% contra 18,7% dos homens.

No entanto, o psicólogo do Hapvida Saúde, Wilton Cabral, explica que esses índices de obesidade podem estar relacionados diretamente com fatores emocionais, o que pode ser tratado com acompanhamento de profissionais especializados associado à uma alimentação balanceada para obter resultados positivos.

 Afinal, encarar a balança e fazer as pazes com ela pode até ser difícil, mas não é impossível quando se pode contar com uma atenção especial, incentivo e acompanhamento para combater os temidos quilos indesejados.

Rede de apoio

Com o objetivo de dar suporte, conscientizar e incentivar a reeducação alimentar por meio do compartilhamento de experiências e informações para o entendimento da obesidade, tanto no aspecto psicológico quanto nutricional, nasceu o Grupo Terapêutico de Enfrentamento à Obesidade (Geo), da Medicina Preventiva do Hapvida (HapPrev).

O Geo é direcionado para obesos com ou sem comorbidade. “Este programa oferece acompanhamento terapêutico com o intuito de auxiliar na perda de peso e na adoção de um estilo de vida mais saudável, a partir da resolução de problemas emocionais. O Geo oferece, também, psicoterapia e terapia nutricional especializadas no tratamento da obesidade. Dependendo dos resultados obtidos é efetuado um direcionamento para terapia individual ou para avaliação médica”, explica o psicólogo do Geo, Wilton Cabral.

O grupo conta também com o fonoaudiólogo Welton Oliveira, que auxilia em diversos fatores determinantes ao combate à obesidade. Esse profissional contribui na forma correta da mastigação, voz, fala, estética facial, respiração e sistema estomatognático, de acordo com o especialista.

O acompanhamento tem duração de três meses. De acordo com uma pesquisa da revista científica Lancet, o Brasil ocupa a 5ª posição com o maior número de obesos em todo o mundo. Segundo o levantamento, 22 milhões de pessoas estão com sobrepeso, sendo 52,5% dos homens e 58,4% as mulheres.

Estatísticas

Além de conferir a prevalência de obesidade, a Vigitel reúne dados sobre o excesso de peso. Os pesquisadores concluíram que mais da metade da população brasileira (55,7%) se encontra nessa condição, índice que resultou de um crescimento de 30,8%, acumulado ao longo dos 13 anos de análise. Em 2006, a proporção de brasileiros com excesso de peso era de 42,6%.

Nesse quesito, o grupo populacional com predominância é o de pessoas mais jovens, com idade entre 18 e 24 anos. As mulheres apresentaram um crescimento significativo, com aumento de 40%, quando comparado aos homens, que subiu 21,7%.

A pesquisa também constatou que os brasileiros têm seguido uma linha de hábitos mais saudável. O consumo regular de frutas e hortaliças, por exemplo, passou de 20% para 23,1%, entre 2008 e 2018, uma variação de 15,5%. Segundo parâmetros da Organização Mundial da Saúde (OMS), a recomendação é ingerir, no mínimo, cinco porções diárias desses alimentos, cinco vezes por semana.

Com base nessa referência, a Vigitel considera que as mulheres têm se alimentado melhor, já que 27,2% delas mantêm o consumo recomendado. Entre homens, a taxa é de 18,4%, e entre brasileiros, de 23,1%.