do Amazonas (Aleam), na Sessão desta quarta-feira (24/05). Os registros aconteceram no Hospital Lázaro Reis, em Manacapuru, e na Maternidade Balbina Mestrinho, em Manaus.
Segundo a deputada estadual Alessandra Campelo (PSC), um dos casos acompanhados pela Procuradoria Especial da Mulher da Casa é o de uma grávida de Manacapuru que precisava de uma cesárea e foi obrigada a ter o bebê de parto natural.
“Essa cesárea foi adiada várias vezes até que essa mulher começou a correr o risco grave de morte, e mesmo assim ela foi forçada a ter o bebê de forma natural. Isso causou diversas complicações. Foi feito um esforço tão grande que o braço da criança foi quebrado durante o parto. O que é mais estranho: todos os profissionais que atenderam essa mulher continuam trabalhando normalmente no mesmo local, então outras mulheres também podem ser vítimas”, denunciou Alessandra.
A deputada, que integra o Comitê Estadual de Enfrentamento à Violência Obstétrica junto com a Defensoria Pública e outros órgãos, defendeu uma apuração rigorosa e o afastamento imediato dos profissionais envolvidos na ocorrência. O caso de Manacapuru ocorreu em dezembro, mas a família só trouxe a público agora, por intermédio da Procuradoria da Mulher.
Morte em Manaus
Outro caso acompanhado pela Assembleia Legislativa ocorreu na Maternidade Balbina Mestrinho, em Manaus – a data da ocorrência não foi divulgada. De acordo com a deputada, uma adolescente em situação de gravidez de risco perdeu o filho em decorrência de violência obstétrica. O caso foi registrado no 1° Distrito Integrado de Polícia (DIP) e depois transferido para a Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca).
“A profissional de saúde cortou a barriga da criança. É um absurdo: a criança ainda nasceu com vida, mas morreu em seguida. Eles cortaram a barriga da criança, olha o nível da violência durante essa cesárea. Nós estamos acompanhando este caso, sendo que a pessoa que atendeu essa mulher continua atendendo normalmente e não foi sequer afastada pela maternidade”, relatou a deputada.
Passe livre para gestantes – Alessandra Campelo fechou seu pronunciamento informando que vai apresentar indicativo à Prefeitura de Manaus solicitando passe livre no transporte coletivo para grávidas em situação de alto risco. O objetivo é facilitar o acesso das mulheres em situação de vulnerabilidade social ao pré-natal, que tem papel fundamental na prevenção e/ou detecção precoce de patologias tanto maternas como fetais, permitindo um desenvolvimento saudável do bebê e reduzindo os riscos da gestante.
“Nós estamos fazendo um levantamento da demanda numérica de quantas mulheres seriam por ano e vamos fazer esse indicativo do Comitê (de Enfrentamento à Violência Obstétrica), da Assembleia Legislativa, pedir apoio da Procuradoria da Mulher da Câmara Municipal, para que o prefeito David Almeida dê passe livre para mulheres grávidas em situação de alto risco”, concluiu a parlamentar.