Para a vice-presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam), deputada estadual Alessandra Campêlo (MDB), o texto da Reforma da Previdência na maneira que está colocada para apreciação dos deputados federais, além de tirar o direito dos trabalhadores, prejudica de forma incisiva as mulheres.
De acordo com a deputada, a mulher professora, por exemplo, tem os direitos equiparados com dos homens. Segundo a parlamentar, a mulher trabalhadora rural aumenta o tempo de serviço no que diz respeito à idade mínima para se aposentar. “Sabemos que a mulher cumpre dupla jornada de trabalho. A mulher que está na sala de aula pela manhã e pela tarde, chegando em casa, ainda vai cuidar de filho, comida e roupa”, explicou a deputada, que preside a Comissão da Mulher na Casa.
Durante a Audiência Pública proposta pelo deputado federal José Ricardo (PT) para discutir o tema na Assembleia, a parlamentar ressaltou que deve sim existir uma reforma, mas uma Reforma da Previdência melhor discutida e que realmente corte privilégios de quem ganha muito, e não uma mudança que vai prejudicar os trabalhadores.
“Os trabalhadores que ganham menos, em especial as mulheres e os produtores rurais, são muito prejudicados. Nós, mulheres, somos penalizadas pelo fato de o nosso tempo de contribuição e nossa idade mínima para aposentadoria aumentar, apesar de ficar menor que dos homens em três anos”, disse a parlamentar.
Alessandra ressaltou que a mulher trabalhadora rural é mais penalizada com a Reforma da Previdência. Segundo a deputada, a trabalhadora rural tem a dupla jornada de trabalho muito pesada, pois faz o serviço com inchada, terçado e volta para casa para cuidar dos afazeres domésticos. “A mulher trabalhadora rural vai ter sua idade mínima elevada para ficar igual a do homem. Além de todo prejuízo que o trabalhador rural vai ter que arcar, existe essa contribuição mínima de R$ 600 por ano”, destacou a deputada.