Aleam celebra Dia Internacional dos Povos Indígenas destacando a produção legislativa

A Organização das Nações Unidas (ONU) criou, em 1994, o Dia Internacional dos Povos Indígenas, celebrado todo dia 9 de agosto e voltado ao reconhecimento das tradições dos povos originários e a conscientização da importância da inclusão social desses povos. A Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) celebra essa data destacando a produção legislativa voltada para garantia de direitos dessa população.

Sancionada em 2021, a Lei nº 5492/2021 criou o Dia Internacional da Mulher Indígena, e vai muito além da instituição de uma data no calendário oficial do Estado. Para o deputado Roberto Cidade (União Brasil), presidente da Aleam, autor da proposta, o objetivo é reconhecer e valorizar essa memória de resistência das mulheres indígenas, além de reservar mais uma data para discutir, refletir, fortalecer e, principalmente, reivindicar as questões, pensamentos e necessidades que as mulheres indígenas, ainda hoje, vivenciam no seu cotidiano.

Cidade também é autor da emenda parlamentar que permitiu a assinatura do Termo de Fomento com o Instituto Numiá de Desenvolvimento Cultural da Amazônia para implementação de projeto de inclusão digital, democratização da internet e conectividade em comunidades indígenas da região do Alto Solimões e das emendas que destinam recursos à aquisição de gêneros alimentícios visando atender às comunidades indígenas do Amazonas que se encontram em estado de hipossuficiência alimentar e/ou condições socioeconômicas dificultosas; e a destinada à implementação de políticas públicas voltadas ao desenvolvimento do empreendedorismo, por meio da Fundação Estadual do Índio (FEI).

A Lei nº 6.054/2022 de autoria do deputado estadual Cabo Maciel (PL) criou o Selo de Qualidade e Autenticidade Artesanal Indígena, com o objetivo de garantir o povo de origem, a qualidade e elaboração artesanal de peças de artesanato produzidas no Amazonas.

Também foi aprovada na Casa, a Lei nº 6.052/2022, de autoria do então deputado Tony Medeiros, que reconhece a contribuição dos povos indígenas na preservação das florestas, na cultura, no esporte, na culinária, no artesanato e na linguagem do povo do Amazonas e do Brasil. O ex-deputado também foi autor da propositura que se tornou a Lei nº 5.796/2022, que declarou São Gabriel da Cachoeira a capital indígena do Amazonas.

Tramita na Casa, oriunda de Mensagem Governamental, o PL nº 626/2023, que altera o nome da Fundação Estadual do Índio (FEI) para Fundação Estadual dos Povos Indígenas do Amazonas (Fepiam). Também está em trâmite a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 1/2023, do deputado João Luiz (Republicanos), que acrescenta um artigo que garante aos Povos Indígenas a proteção de sua cultura e terras por parte do Estado do Amazonas.

Tramitam ainda na Casa dois PLs, ambos de autoria do deputado Daniel Almeida (Avante), voltados aos povos originários: o de nº 391/2023, que reconhece o artesanato produzido e comercializado diretamente pelas comunidades indígenas como de relevante interesse cultural, e o de nº 214/2023, que Institui a “Semana da Mulher Indígena”, no Amazonas, a ser celebrada nos dias antecedentes ao dia 5 de setembro.

Almeida, que é presidente da Comissão de Politica sobre Drogas, Cidadania, Assuntos Indígenas e Legislação Participativa da Aleam, destaca a importância da data na promoção do respeito pelos direitos humanos de todos.

“Devemos celebrar e apoiar as culturas indígenas, ao mesmo tempo em que trabalhamos para corrigir as injustiças históricas e as desigualdades que afetam essas comunidades. Juntos, podemos construir um mundo melhor, onde os povos indígenas sejam respeitados, protegidos e valorizados”, destacou.

Recentemente entrou em vigor a Lei nº 6.303/2023, oriunda de uma Mensagem Governamental (MG), que reconheceu as línguas indígenas faladas no Amazonas como patrimônio cultural imaterial e estabeleceu 16 delas como cooficiais no Estado e criou a Política Estadual de Proteção das Línguas Indígenas. Agora, além do Português, o Amazonas tem como línguas oficiais o Apurinã, Baniwa, Dessana, Kanamari, Marubo, Matis, Matses, Mawe, Mura, Nheengatu (Língua Geral Amazônica), Tariana, Tikuna, Tukano, Waiwai, Waimiri e Yanomami.

Foto: Alberto César Araújo