Gaitano Antonaccio
É impressionante o número de defensores do meio ambiente, dos amantes da natureza amazônica, que se multiplicam a cada dia, infestando tribunais, jornais, revistas, rádios, televisões e os mais diversos meios pelos quais, o predador homem se comunica. Quem quiser aparecer na mídia atual e despreparada para analisar tais fatos, é só posar de defensor da floresta amazônica, da fauna, da flora, e pronto, no dia seguinte é chamado para dar entrevistas, e logo passa a ser chamado de especialista, aliás, no Brasil há milhões hoje em dia! O protagonista aparece na capa de algumas revistas desavisadas e tome holofote à custa do caos de um povo heroico pelo sofrimento, sem atenções e perplexo com tantas mentiras, teses e estatísticas falsas e manipuladas, divulgadas como verdadeiras.
Os entrevistadores, não deixam de aproveitar a síndrome do meio ambiente, para valorizar os seus programas e seguem na carona desses defensores oportunistas e promotores de uma campanha fantasiosa e exagerada, contra os habitantes heróicos de uma natureza ameaçada pela humanidade estrangeira e invasora, a fim de lucrar à custa do descaso das autoridades brasileiras.
Em verdade, a natureza amazônica tem sido vítima constante de ameaças, não do homem que ama a região e nela sobrevive sob intenso sofrimento, isolação, falta de assistência, castigado por doenças tropicais, proibido de sobreviver da exploração de suas riquezas, de seus frutos, fauna e flora, porque os emissários dos países desenvolvidos e responsáveis pela poluição disseminada no planeta Terra, dos causadores das transformações climáticas geradas pelo progresso que os deixou ricos e desenvolvidos, agem criminosamente, contrabandeando nossa natureza e engessando as nossas ações de crescimento e desenvolvimento. Pior de tudo, a Mídia brasileira vende algumas dessas notícias, aproveitando para ganhar dinheiro, à custa do desprezo que sentem pelo seu pais, e o amor que nutrem pelos dólares.
Tudo o que dizem contra a Amazônia repercute imediatamente na mídia projetada no Sul e no Sudeste, não importando o que está nos livros, nos discursos, nas teses e argumentações de homens valorosos e incontestáveis amazônidas, a exemplo de Djalma Batista, Samuel Isaac Benchimol (cujas teses estão sendo aproveitadas no campo internacional e os usurpadores são incapazes de citar seu nome), João Nogueira da Mata, João Mendonça de Souza, Manoel Bastos Lira, Carlos Dagoberto de Araújo Lima, Arthur Cezar Ferreira Reis, Jefferson Péres, Mário Ypiranga Monteiro, João Chrisostomo de Oliveira, Leandro Tocantins, Mavignier de Castro, Agnello Bittencourt e tantos outros.
Entre os que vivem levantando questões, por meio de discursos, conferências, artigos, livros e revistas, louvemos o ínclito jurista Bernardo Cabral, ainda vivo e guerreiro, além dos saudosos amazônidas, como o pintor e intelectual mais conhecido internacionalmente, Moacir Andrade, o professor Gilberto Mestrinho, que polemizava inteligentemente com os pretensos donos da Amazônia e mais alguns que se manifestam corajosamente contra tantas inverdades e malícias.
Constantemente atacados pela síndrome do meio ambiente, não temos mais liberdade de ação para todo e qualquer investimento de porte. Muito em breve teremos que guardar a saliva em latinhas, para não contaminar as plantas e as flores das praças, quando cuspirmos. Estão intoxicando os amazonenses com leis absurdas, as quais provocam conflitos entre os próprios órgãos protetores do meio ambiente, porque não se sabe mais quem é o proprietário do Território Amazônico. Algumas organizações não governamentais espiãs e mapeadoras de nossas riquezas estão de plantão a serviço de países desenvolvidos ou grupos de espertalhões que em seguida, chegam e compram imensas áreas de terras de nosso desconhecido interior, mas cristalinamente estudado por eles. Nossos cartórios e autoridades que deveriam proibir e denunciar essa redução territorial, que passa a ser uma pequena gleba estrangeira dentro da Região Amazônica, despacham e legalizam a tramitação, como se os invasores estivessem comprando balas de cupuaçu ou as castanhas do Brasil.
Já transferimos nossos peixes para a China, graças à bondade do ex-presidente Sarney doando vários filhotes; alguém já tentou registrar o nosso cupuaçu como fruta japonesa; a borracha ainda hoje nos causa melancolia e saudosismo; a maioria de nossos produtos regionais já se escafedeu para outros continentes; substituíram a juta, o cacau, e muito em breve estaremos sem a hegemonia da fauna e da flora que somente a Amazônia recebeu das mãos de Deus. Estamos no início do ano de 2021 e não podemos usar o nosso solo para construir investimentos geradores de empregos e rendas, não podemos acionar quaisquer serviços em benefício do povo, porque tudo é proibido em nome da preservação do meio ambiente mais preservado do planeta, pelo próprio nativo.
E o mais grave é que a interferência repulsiva vem de longe, de pessoas e órgãos que nunca sentiram a febre amarela que ataca os nossos ribeirinhos; jamais foram vítimas das picadas de nossos mosquitos transmissores da dengue e da malária; jamais perderam uma perna para o almoço de algum jacaré nas águas de Nhamundá ou Parintins, mas certamente conhecem os nomes científicos das madeiras de Tefé e Coari, estão de olho no nosso gás, petróleo, minérios, plantas medicinais, e outras riquezas devidamente mapeadas e que devem ser exploradas por nós mesmos.
A soberania dos estados da Amazônia não pode continuar recuando diante das invasões de grupos internacionais, a começar pelas ameaças de guerrilheiros em nossas fronteiras, traficantes de drogas infiltrados em grupos dos sem terra, membros de organizações não governamentais riquíssimas a serviço da espionagem de nossas riquezas e mantendo o mundo muito bem informado sobre o que pensamos e fazemos, com a agravante de expandirem teses mentirosas sobre a preservação da natureza.
*Conselheiro da Fundação Panamazônia, membro da Academia de Letras, Ciências e Artes do Amazonas – da Academia de Ciências e Letras Jurídicas do Amazonas, da Academia Brasileira de ciências Contábeis, da Academia de Letras do Brasil, da Academia de Letras e Culturas da Amazônia – ALCAMA; correspondente da Academia de Letras do Rio de Janeiro, idem do Instituto Geográfico e Histórico do Espírito Santo, membro efetivo da Academia Brasileira de Ciências Contábeis e outras.