Câncer infantil tem 80% de cura se houver tratamento precoce

Oncologista pediátrica explica como identificar os sinais iniciais da doença

Dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) apontam que o câncer já representa a primeira causa de morte por doença entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos, no Brasil. O câncer infantil é uma doença que afeta os glóbulos brancos (leucemia), ou sistema nervoso central e linfomas (sistema linfático) do organismo.

Câncer, ou neoplasia, é o nome dado a um grupo de mais de 200 doenças e que tem em comum o crescimento incomum e desordenado das células do corpo. O problema desse crescimento descontrolado é a possível alteração do funcionamento adequado dos órgãos em que ocorrem, podendo muitas vezes gerar condições agressivas e incontroláveis e que também podem se espalhar para outras áreas do corpo (metástases).

O Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantil é lembrado neste 23 de novembro para reforçar a importância do diagnóstico precoce para salvar vidas. A leucemia é o tipo mais comum de câncer em crianças, seguido de tumores do sistema nervoso central e linfomas.

De acordo com a oncologista pediátrica do Sistema Hapvida em Manaus, Paula Marinho Carvalho, é preciso que pais e responsáveis estejam atentos para os sinais da doença. “Os principais sintomas do câncer infantil são febres sem motivo, gânglios aumentados pelo corpo, aumento do tamanho da barriga, mancha branca no olho, dor nos ossos, perda de peso sem explicação, dor de cabeça que dura muito tempo, manchas roxas pelo corpo que não tem relação com trauma, palidez com piora progressiva, cansaço sem causa e sangramentos espontâneos”.

A médica ainda destaca a importância do diagnóstico precoce que poderá facilitar no tratamento que avança cada vez mais com a medicina. “Atualmente os principais tratamentos para o câncer infantil são cirurgia, quimioterapia e radioterapia. Os tratamentos vêm evoluindo com o passar dos anos, com descoberta de medicações novas, novas técnicas cirúrgicas e aparelhos mais modernos de radioterapia”.

Os cânceres em crianças e adolescentes são considerados mais agressivos porque podem se desenvolver rapidamente. Por outro lado, os pacientes infantis respondem melhor ao tratamento e as chances de cura são maiores, se comparado com o público adulto.

Nas últimas quatro décadas, o progresso no tratamento do câncer na infância e na adolescência foi extremamente significativo. Hoje, em torno de 80% das crianças e adolescentes acometidos de câncer podem ser curados, se diagnosticados precocemente e tratados em centros especializados. A maioria deles terá boa qualidade de vida após o tratamento adequado.