Prefeitura de Parintins atende indígenas e oferece treinamento para Sateré-Mawé

Iniciativa pioneira do Cetam e da Prefeitura de Parintins visa fortalecer a economia proveniente da produção indígena na região

Após mobilização para receber treinamento em áreas com potencial de geração de renda, mais de 20 indígenas do povo Sateré-Mawé participaram dos cursos de Avicultura de Corte e Produção de Mandioca organizados pelo Cetam (Centro de Educação Tecnológica do Amazonas) e pela Prefeitura de Parintins, na Aldeia Nova Alegria. Ao todo, sete comunidades indígenas do Rio Uaicurapá mapeadas pela Sempa (Secretaria Municipal de Pecuária, Agricultura e Abastecimento) foram beneficiadas pela ação, realizada entre 8 e 12 de novembro.

O tuxaua geral do povo Sateré-Mawé do Rio Uaicurapá, Azarias Ferreira, ressalta que os cursos são resultado de um pleito coletivo apresentado diretamente pelas lideranças ao prefeito de Parintins, Bi Garcia (DEM), e ao titular da Sempa, Tião Teixeira. Azarias reforça que o pedido veio com a necessidade de incentivar a economia indígena na região. “Estamos felizes por sermos atendidos por esses cursos e para nós é um avanço, é um passo para a frente, pois o benefício chegará a todas as comunidades indígenas da região”, destaca Azarias.

Segundo Tião Teixeira, a expectativa com a parceria da Prefeitura de Parintins junto ao Cetam é que o conhecimento técnico seja irradiado aos indígenas das comunidades São Francisco, Monte Betel, Nova Alegria, Vila da Paz, Monte Carmelo, Vila Batista e Nova Galiléia, todas na região da Ilha Tupinambarana.

“O problema da escassez de alimentos, com o aumento da população indígena e a diminuição da caça e de peixes no Rio Uaicurapá, é um dos cenários preocupantes que encontramos nos levantamentos da Sempa nas aldeias sateré-mawé de Parintins. Com esse diagnóstico, a Prefeitura de Parintins está colocando em prática um projeto pioneiro de incentivo à produção rural indígena na avicultura de corte e produção de mandioca, com orientação técnica para melhorar a produtividade e qualidade dessas atividades”, ressalta Tião Teixeira.

As técnicas de melhoria foram apresentadas pela engenheira agrônoma, Wanderléia Ribeiro, e pela zootecnista, Kaila Cerdeira, ambas instrutoras do Cetam. Ribeiro abordou junto aos indígenas questões importantes relacionadas à produtividade da mandioca, como o espaçamento correto, a seleção de maniva e capina do roçado, com orientações da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária).

Já a zootecnista do Cetam mostrou aos indígenas métodos de identificação dos tipos de linhagem de aves de corte e postura, procedimentos de construção de aviário, círculo de proteção, instalação de comedouros, bebedouros, controle de temperatura na cria de pintos, entre outras informações de práticas aplicadas no segmento. O titular da Sempa, Tião Teixeira, e a gerente acadêmica do Cetam/Parintins, France Lima, entregaram os certificados aos indígenas no encerramento dos cursos, na Escola Municipal Nuitu-Nuitu Ymye, no último dia 12 de novembro.