Com proposta para aproximar o público da orquestra, o concerto foi realizado na manhã deste domingo, com entrada gratuita
Obras de compositores famosos, conversas com a plateia e até convite para espectadores regerem a orquestra. O tom informal e descontraído marcou o evento “Concertos para Juventude”, que teve entrada gratuita e foi realizado pela Orquestra Amazonas Filarmônica,na manhã deste domingo (17/2), no Teatro Amazonas. O evento foi promovido pela Secretaria de Estado de Cultura (SEC). O secretário de Cultura, Marcos Apolo Muniz, ressalta que a proposta é aproximar o público dos projetos culturais desenvolvidos pelo estado, a exemplo das orquestras.
Os músicos da Orquestra Amazonas Filarmônica mostraram a informalidade logo ao subir ao palco. Ao contrário da vestimenta tradicional, em tons pretos, eles se apresentaram com roupas mais informais. O maestro Luiz Fernando Malheiro, que regeu a orquestra, explicou que isto faz parte da proposta do evento.
“A proposta é apresentar um concerto mais leve e descontraído, em que possamos desmistificar mais a ideia de orquestra para o público. Geralmente, as pessoas se distanciam pelo fato de os músicos terem aquela aparência mais sisuda e de apresentarem o repertório sem um diálogo com o público, então, pensamos nesse formato para conversamos bastante”, destacou.
Malheiro conversou com a plateia em cada intervalo da obra. Após iniciar o concerto com “Primavera”, das Quatro Estações de Antonio Vivaldi, o maestro começou um diálogo que misturou o didático ao popular, passando pela história da obra e da música clássica, até perguntar da plateia qual a diferença entre uma orquestra filarmônica e uma sinfônica e sobre qual era o trabalho de um maestro.
O programa, que apresentou também obras de Mozart, Beethoven e Tchaikovsky, ainda proporcionou momentos chave: como depoimentos sobre a trajetória de músicos da Filarmônica e também o convite do maestro Luiz Fernando Malheiro para que duas pessoas da plateia tentassem reger a orquestra. “Muitos não sabem a importância do maestro ou as histórias diferentes que têm os músicos de uma orquestra e, assim, de uma forma leve, podemos nos divertir e falar um pouco desse ofício”, destacou.
O concerto encerrou sob aplausos, após a última obra que foi “Frevo”, do compositor amazonense Claudio Santoro.
Público – Mais de 300 pessoas, entre crianças, jovens e adultos, compareceram ao Teatro Amazonas, em um horário diferenciado proposto pelo “Concertos para Juventude”: às 11h.
A estagiária Beatriz Lima Rodrigues, 20 anos, disse que foi a primeira vez que viu um evento deste tipo. “Eles explicaram muitas dúvidas que eu tinha sobre a orquestra e eu pude conhecer um pouco mais sobre o trabalho de cada um. Acho que o público ainda vê a orquestra como algo inacessível e as pessoas ainda têm um certo preconceito com música clássica, então, um concerto como esse é muito legal”.
A advogada Ellen de Lima Sheizi, 42, foi com a mãe, o marido e os dois filhos para o concerto e destacou o horário do evento e a conversa que o maestro teve com o público. “É a primeira vez que venho num horário pela manhã ao Teatro. Estava passeando pelo centro e já fiquei por aqui para prestigiar e gostei muito. Foi descontraído, agradável e esclarecedor, com informações relevantes para entendermos a orquestra. Eu gostei demais e espero que meus filhos tenham aprendido bastante sobre música”.
Humanização – O diretor dos Corpos Artísticos da SEC, maestro Marcelo de Jesus, ressaltou que a ideia de um evento como o “Concertos para Juventude” é de humanização.
“As pessoas ainda veem Corpos Artísticos como grupos distantes, não conhecem as pessoas que fazem parte, então queremos humanizar com eventos descontraído, horários diferenciados, um programa para toda a família. E estamos planejando ainda mais concertos neste mesmo formato”, pontuou.