Crianças com o Transtorno do Espectro Autista (TEA), síndrome de down, deficiências visual, auditiva, intelectual, mental e física, atendidas pela Prefeitura de Manaus por meio do Complexo Municipal de Educação Especial (CMEE) André Vidal, localizado no conjunto Vila Amazonas, bairro Parque 10 de Novembro, zona Centro-Sul, agora contam com um cantinho onde poderão trabalhar os sentidos, aguçar a percepção e a inclusão. É o Jardim Sensorial, uma ideia simples, mas inovadora, que vai auxiliar no tratamento dessas crianças, estimulando a criatividade, a atenção, concentração e autonomia individual.
O jardim sensorial, o primeiro da cidade, conta com uma pista tátil com nove tipos de diferentes pisos, para estimular os sentidos tátil, auditivo, visual, olfativo além do equilíbrio e propriocepção das crianças. Os pisos contêm argila expandida, cascas e pedriscos de pneus, pedra dolomita branca de diversos tamanhos, grama sintética e vegetação artificial. A obra foi entregue pelo prefeito Arthur Virgílio Neto, nesta quinta-feira, 14/2, à tarde, e é fruto da parceria entre as Secretarias Municipais de Parcerias e Projetos Estratégicos (Semppe) e Educação (Semed), a empresa Cocil Construções Civis e a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Manaus.
Acompanhado da primeira-dama e presidente do Fundo Manaus Solidária, Elisabeth Valeiko Ribeiro, o prefeito Arthur Virgílio Neto enfatizou a importância do novo jardim para o desenvolvimento das crianças que frequentam a escola.
“Essa é mais uma parceria que a prefeitura faz com empresas privadas por intermédio da Semppe. Queremos ampliar essas parcerias para fazermos coisas úteis para Manaus com o dinheiro da iniciativa privada e podermos aplicar o dinheiro público em outras prioridades. Esse jardim sensorial é importante para despertar os sentidos dessas crianças que aqui estudam e vai aprimorar o ensino desenvolvido aqui”, destacou o prefeito que experimentou todas as áreas do Jardim Sensorial.
A empresa parceira além de implantar o Jardim Sensorial também irá se responsabilizar pela manutenção do espaço pelos próximos 5 anos.
“Estamos seguindo a determinação do prefeito Arthur em estreitar o relacionamento com a iniciativa privada e promover projetos que possam trazer mais qualidade de vida à população. Hoje, está sendo entregue o primeiro Jardim Sensorial Inclusivo do Estado que trará muitos benefícios para os alunos da educação especial do município, possibilitando o desenvolvimento cognitivo e o despertar dos alunos com autismo e múltiplas deficiências atendidos pelo Complexo André Vidal”, destacou a secretária da Semppe, Maria Josepha Chaves que gerenciou a execução do projeto até a conclusão das obras.
A função do Jardim Sensorial é estimular na retomada de sentidos, aguçar a percepção adormecida e torná-la o mais real possível, transcendendo o espaço terapêutico, e se transformando em âncora na inclusão social dos alunos no despertar da criatividade, da atenção, da concentração e da autonomia individual.
Atendimento
O CMEE André Vidal atende, em média, 100 crianças por dia que passam por avaliação multiprofissional, além de atendimentos nos sete programas desenvolvidos pelos fonoaudiólogos, psicólogos e fisioterapeutas do Complexo, que direcionam conforme o diagnóstico e a idade da criança. A unidade atende crianças com deficiências visual, auditiva, intelectual, mental, física e múltiplas deficiências, que inclui autismo, paralisia cerebral e síndrome de down.
“Além de atendermos alunos inclusos na rede municipal de ensino, ainda recebemos crianças de outras comunidades. E o Jardim Sensorial, que é sonho antigo dos nossos profissionais, será mais uma ferramenta pedagógica para fortalecer o tratamento de nossas crianças. O ganho será para nossos profissionais, as crianças e os pais”, destacou a gerente de Educação Especial da Semed, Reni Formiga.
A fonoaudióloga Danielle Pontes explicou que quando os pais chegam ao Complexo já imaginam que os filhos, no qual ainda não falam, já irão se comunicar de imediato ou os que ainda não andam, terão logo a mobilidade firmada. Ela alerta que antes deste processo, há outros que precisam ser trabalhados para que as crianças possam se adaptar e perceber os estímulos que serão oferecidos.
“Se esse comportamento vem alterado, não tem como trabalhar a fala da criança sem antes adaptá-la para que ela perceba os estímulos que eu vou oferecer. Então, buscamos de um modo sensorial trabalhar esse pequeno para que ele consiga desenvolver o que queremos dentro da nossa área. Dessa forma, conseguimos buscar até um vínculo afetivo com cada uma delas, assim como interação e um resultado mais positivo de nossas atividades. E o Jardim Sensorial vai trabalhar esses sentidos”, descreveu.
A dona de casa Nilda Ferreira, 42, mãe da pequena Manuela, de 2 anos, portadora de Síndrome de Down, destacou que desde que passou a trazer a filha para participar dos programas oferecidos pelo Complexo, a menina passou a falar e a interagir mais. “Ela começou a andar e a falar aqui no Complexo. Trago Manu com muito sacrifício porque sei que o maior ganho será para ela. E desde que começamos o acompanhamento, ela tem progredido bastante. E acredito que com o Jardim, vai melhorar ainda mais”, comentou.