Para melhor conhecer os projetos desenvolvidos no Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA) e tratar das cadeias de fibras vegetais da região, na busca por ações mais incisivas para estimular o segmento, representantes de diversas instituições públicas, tais como o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Secretaria de Estado da Produção Rural (Sepror-AM), da Federação da Agricultura e Pecuária do Amazonas (Faea), da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e da Embrapa Amazônia Ocidental reuniram-se na sede do CBA na última semana de setembro.
Recebidos pelo gestor do Centro, Fábio Calderaro, e equipe de pesquisadores da instituição, a comitiva presente acompanhou uma breve explanação sobre as atividades realizadas no CBA e os avanços obtidos ao longo de anos de processos que são desenvolvidos pela equipe de pesquisadores altamente capacitados do Centro.
O foco principal foi o trabalho realizado no laboratório de Biotecnologia Vegetal, tendo em vista os resultados obtidos pelo corpo científico do CBA acerca de fibras de grande interesse ambiental e comercial. O curauá e seu diferencial em relação às demais fibras levou o titular da Sepror, Petrúcio Magalhães, a planejar iniciativas conjuntas com o Centro e a Suframa, Autarquia à qual o CBA é vinculado, para fomentar o plantio em larga escala da planta a fim de estimular demandas e atender às necessidades regionais já existentes nas cadeias de fibras locais.
O representante do Mapa e superintendente federal de Agricultura no Amazonas, Guilherme Pessoa, lembrou que em visita recente do Conselho de Administração da Suframa (CAS), do qual faz parte, foi possível “identificar diversas possibilidades e oportunidades de integração do trabalho desenvolvido no CBA com o que se promove na região”, destacando as cadeias de fibras vegetais como um dos pontos de interesse, em especial para induzir a utilização de fibras em linhas de produção do setor secundário.
Relevância do CBA para a região
O presidente da Faea, Muni Lourenço, destacou a capacidade do CBA de desenvolver processos de alta relevância para a bioeconomia amazônica, sendo, para ele, “fundamental reunir esforços para que as atividades do Centro possam beneficiar ainda mais as comunidades tradicionais como as que atuam na cadeia de fibras, que reúne diversas famílias e é totalmente sustentável”. Para ele, há demandas de diversos setores, tais como da indústria de carros, de motocicletas e de celulares, por exemplo, que muito podem contribuir com os avanços propostos para a cadeia de fibras local.
O gestor do CBA afirmou que “é uníssono o entendimento que nossa região é imensamente rica e a bioeconomia está aí para contribuir com o desenvolvimento sustentável local, com benefícios incontestáveis para a sociedade e o País. Fica evidente a importância de se ter a indústria como a mola mestra para os avanços do segmento bioeconômico na medida que o setor pode gerar demandas e estimular culturas em larga escala dos insumos como as fibras vegetais aqui tratadas. Essa integração entre os atores públicos e privados muito tem a colaborar para os avanços tão importantes da bioeconomia e o CBA está atuando com afinco neste propósito”.