A enchente no Amazonas começa a preocupar as autoridades. Oito municípios estão em estado de alerta e outros 16 de atenção, decretou a Defesa Civil do Amazonas nesta sexta-feira (8). Uma das calhas que tem apresentado cotas expressivamente altas para o período é o Rio Madeira, conforme análise do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) .
Os municípios que ficam à margem do Madeira – Humaitá, Novo Aripuanã, Manicoré e Borba – estão em estado de atenção. De acordo com boletim hidrológico divulgado pelo Serviço Geológico do Brasil, a enchente do Madeira tem apresentando cotas expressivamente altas para o período, com níveis próximos às máximas observadas em abril de 2014 – quando a cota máxima registrada chegou a 25,63 m em Humaitá. A cota registrada nesta sexta-feira (8) no município é de 22,39 m.
A pesquisadora em Geociência do CPRM, Luna Gripp Simões Alves, explicou que as altas cotas registradas na bacia do Madeira foram influenciadas pela grande quantidade de chuvas no fim de 2018.
“No fim do ano passado, tivemos chuvas acima da média nas principais bacias que drenam para o rio Madeira (Beni, Mamoré e Guaporé). Então, o rio começou esse ano já com cotas bem altas para o período. A partir deste ano, as chuvas estão dentro da normalidade nas cabeceiras, mas – como o rio já estava alto – continua apresentando cotas altas para o período”, explicou.
Apesar disso , ela explicou que ainda não é possível precisar se enchente deste ano irá superar a marca de 2014.
“No município de Humaitá, as cotas máximas anuais costumam ocorrer entre março e maio. Para sabermos se vai ocorrer uma cheia de grandes magnitudes, portanto, é preciso observar as chuvas que vão ocorrer nas bacias que drenam para o Madeira nos próximos meses”, disse Luna.
Manicoré
No início da semana, agentes da defesa civil do município de Manicoré, município distante 330 quilômetros de Manaus, visitaram comunidades ameaçadas pela cheia. A comunidade Nazaré do Retiro, que abriga 36 famílias, está prestes a ter a área de plantação alagada.
De acordo com o relatório divulgado pelo município, no dia 1º de fevereiro de 2018 o nível do rio chegou a 23,26m. No mesmo período de 2019, está em 24,36 m. A média de subida varia entre de 2,8 m até 3,20m.
“Aqui na região de Manicoré, considerado Médio Madeira, as pessoas estão se prevenindo com medo da enchente atingir ou ser maior que ano passado e chegar à cota de 2014. Foi criada uma comissão municipal, juntamente com a Defesa Civil, que a cada dez dias em visita monitorando comunidades, na zona rural do município”, disse o representante da prefeitura, Walter FIlho.
As plantações de banana, mamão e hortaliças estão prestes a ser cobertas pela água. Na comunidade de Jutaí Capanã Grande, a água está a somente 60 cm das plantações. Na região, moram 21 famílias.
Fonte: G1 Amazonas